País regista mais de mil pacientes com lepra

     Saúde           
  • Luanda     Segunda, 29 Janeiro De 2024    13h53  

Luanda - Mil 917 pacientes com lepra estão em tratamento no país, informou hoje, segunda-feira, o coordenador nacional do Programa de Controlo e Combate da Lepra, Ernesto Afonso.

Falando à imprensa sobre o Dia Mundial da Luta Contra a Lepra, comemorado no último domingo de Janeiro, o coordenador referiu que perto de 700 são casos novos.

Ernesto Afonso explicou que o total de doentes com lepra corresponde a uma taxa de prevalência média de 0,53 por cento, menos de um caso em cada 10 mil habitantes.

Segundo o responsável, esta taxa de prevalência está dentro da meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que, desde 2005, não considera a doença como um problema de saúde pública, apesar de muitos países, como Angola, não conseguirem tirá-la da lista.

Questionado sobre os motivos que levam a lepra a continuar a ser um problema de saúde pública no país, Ernesto Afonso disse que os diagnósticos são feitos de forma tardia, porque a maior parte dos pacientes aparece nas consultas quando surgem as deformidades do segundo grau.

As deformidades incidem na queda dos dedos das mãos e dos pés, encolhimento da orelha e dos olhos e o surgimento de casos de lepra em crianças menores de 10 anos.

Segundo a OMS, as crianças não podem ter lepra e, em caso de surgimento de casos, é um forte sinal de que o ambiente onde elas vivem está contaminado.

De acordo com o responsável, a estratégia da Direcção Nacional de Combate à Lepra é interromper a transmissão da doença dentro da comunidade, sobretudo nas crianças, por meio do diagnóstico precoce e do tratamento adequado a partir das unidades primárias de saúde.

 

Províncias endémicas

 

Ernesto Afonso informou que as províncias endémicas são Luanda, com 361 casos, Cuanza-Sul (230), Huíla (204), Moxico (218), Bié (154), Huambo (148) e Malanje (124).

Para o responsável, os números, apresentados pelas direcções provinciais, não são representativos, pelo facto de muitos pacientes com lepra viverem em zonas remotas, onde não há uma unidade de saúde para fazer o devido diagnóstico e tratamento. 

 

Medicação

 

Sobre a medicação administrada aos pacientes com lepra, Ernesto Afonso realçou que são usadas as multi-drogas terapias (MDT), doadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com stock suficiente para o país.

No período de 2020-2021, houve algumas falhas devido aos constrangimentos causados pela pandemia da Covid-19.

 

Lepra tem cura

 

Ernesto Afonso esclareceu que a lepra tem cura, mas necessita de um longo período de tratamento que vai dos seis meses a um ano ou um ano e meio.

Na origem da doença, estão a falta de água potável, de higiene e a desnutrição, entre outros males associados à pobreza.

As pessoas com esta doença, disse, vivem num ambiente de estigma e muita discriminação e, por isso, têm receio de ir aos hospitais em busca de tratamento, permanecendo em isolamento.

Conforme o responsável, a solução tem sido a realização de campanhas de rastreio nas comunidades, para encontrar pessoas com sinais da lepra e começar logo o tratamento.

 

Prevenção

 

Ernesto Afonso explicou que a melhor forma de prevenção da lepra é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, com a busca activa de casos, principalmente entre as pessoas que convivem com o doente.

A detecção precoce, prosseguiu, previne as incapacidades e a rapidez nos exames clínicos.

O doente com lepra deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas, sob pena de acelerar a progressão da doença.

Segundo a OMS, todos os anos surgem entre 400 a 500 mil novos casos de lepra no mundo.

A data foi instituída em 1954, pela Organização das Nações Unidas (ONU), a pedido de Raoul Follereau, o apóstolo dos leprosos do século XX.

O Dia Mundial de Combate à Lepra celebra-se sempre no último domingo de Janeiro, em honra a Mahatma Gandhi, da Índia, falecido neste dia, que afirmou que, "eliminar a lepra é o único trabalho que não conseguiu completar na sua vida”.

O objectivo mundial é continuar o seu trabalho. EVC/OHA





Fotos em destaque

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

Domingo, 19 Maio De 2024   08h05

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Domingo, 19 Maio De 2024   07h57

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Domingo, 19 Maio De 2024   07h53

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Domingo, 19 Maio De 2024   07h50

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Domingo, 19 Maio De 2024   07h47

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Domingo, 19 Maio De 2024   07h43

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Domingo, 19 Maio De 2024   07h38

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Domingo, 19 Maio De 2024   07h33

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Domingo, 19 Maio De 2024   07h27

Iona renasce como potencial turístico

Iona renasce como potencial turístico

Sábado, 18 Maio De 2024   18h20


+