Luanda – O Instituto de Luta Anti-droga tem em carteira a criação de uma Lei de Combate ao Tabagismo, enquanto instrumento para minimizar o índice de consumo e comercialização desordenado do tabaco, informou a directora, Ana Graça.
Segundo a responsável, que discursava na abertura da actividade em alusão a celebração do dia Mundial sem Tabaco (31 de Maio), o fumo do tabaco é responsável por cerca de 69 por cento dos cânceres existentes.
Em Angola, dados do Instituto Angolano de Controlo de Câncer (IACC) dão conta que, anualmente, são registados mil e 500 novos casos de câncer.
Actualmente, o IACC controla cerca de seis mil e 500 casos de pacientes com câncer.
“O Executivo pretende reduzir o consumo do tabaco no país para 30 por cento até 2025, mas, para tal, será necessário o reforço de programas que abordem questões sobre as consequências na saúde”, frisou.
O combate ao tráfico ilícito de estupefacientes e substâncias psicotrópicas, aprovado pela Assembleia Nacional, traduzida na convenção de 1971 sobre as substâncias psicotrópicas conforme dispõe a resolução n 18/99, de 30 de Julho, que resultou na criação e aprovação de várias leis, como a lei n 3/99 e a n 4/99 de 6 de Agosto (sobre tráfico e consumo de estupefacientes, substâncias psicotrópicas e precursores) e (e de controle de mercado lícito de estupefacientes, substâncias psicotrópicas e precursores), respectivamente.
Dados da OMS indicam que oito milhões de pessoas no mundo morrem anualmente devido o consumo de tabaco, sendo sete milhões destas mortes por uso directo, enquanto cerca de 1,2 milhões resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo.
Por seu turno, a representante da OMS, Fernanda Alves, fez saber que aproximadamente seis milhões de árvores em todo mundo são usadas para fazer seis trilhões de cigarros.
Para a especialista, os dados acima referenciados mostram a realidade difícil que o mundo enfrenta devido ao tabagismo, a indústria do tabaco está a poluir o planeta, causando danos significativos na desflorestação poluição, desperdício de água, número elevado de mortes.
A directora nacional de saúde pública, Helga Freitas, afirmou que anualmente, no mundo, cerca de 3,5 milhões de hectares de terra são destruídos para o cultivo de tabaco, e o para o desmatamento, degradação dos solos e consequentemente menor disponibilidade de cultivo de produção de alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento.
“As consequências ambientais do uso de tabaco aumentam a pressão sobre os recursos já limitados do nosso planeta e sobre o ecossistema já por si frágeis o que é mais perigosos para países em desenvolvimento, onde produz-se uma grande quantidade de tabaco, pois quando alguém fuma um cigarro, está literalmente a queimar recursos onde já são escassos, entre os quais os alimentares para a subsistência.
Dados da OMS indicam que um em cada 10 adolescentes em África consome tabaco. O fumo é responsável por 71 por cento das mortes por câncer de pulmão, de 42 por cento de doenças respiratórias crónicas e aproximadamente 10 por cento das doenças cardiovasculares, além de ser factor de risco para doenças transmissíveis como tuberculose.
Para o ano de 2030, foram estimadas cerca de oito milhões de mortes em todo mundo por doenças relacionadas ao tabaco, caso não sejam adoptadas medidas para o controle e cessação do tabagismo.
A celebração a 31 de Maio foi instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde.
O Ministério da Saúde adoptou como tema “Tabaco uma ameaça ao nosso meio ambiente” e como lema “Tabaco inimigo da Vida”.
Durante dois dias, especialistas, estudantes e sociedades em geral, estarão reunidos para abordar sobre assuntos e encontrarem contribuições para melhores resultados.