Luanda - A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou, nesta segunda-feira, em Luanda, ao Governo angolano no sentido de reforçar o investimento no sector da Saúde e a construção de um sistema resiliente para fazer face ao actual momento, marcado pela pandemia da Covid-19.
Estas declarações foram prestadas à imprensa pela nova representante da OMS em Angola, Djamila Cabral, após ser recebida pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, tendo ressaltado que todo apoio do sector da saúde a ser doado para Angola deverá ser adaptado à situação actual da pandemia da Covid-19.
Para o biénio 2020/2021, a nova representante da OMS avançou que a organização tem previsto para Angola um apoio estimado em 35 milhões de dólares.
“Já estamos a meio do caminho com a execução de 21 milhões de dólares, é possível que esta verba venha a aumentar até ao final de 2021”, referiu.
Segundo Djamila Cabral, a disponibilização deste pacote de ajuda deverá priorizar os cuidados primário de saúde e a saúde comunitária, assunto que está já a ser analisado com o Ministério da Saúde.
Quanto às prioridades da organização para Angola, Djamila Cabral informou que as acções da OMS estarão voltadas para as medidas de combate à Covid-19, bem como o reforço do sistema de saúde, principalmente na luta contra a poliomielite.
Elogiou os esforços do Executivo angolano no combate à Covid-19 e considerou positivas as medidas de contingências adoptadas pelo sector da Saúde para travar as a propagação da pandemia no país.
“Estão num bom caminho, apesar que nas últimas semanas os números têm vindo a aumentar”, referiu.
Por sua vez, Sílvia Lutucuta manifestou a disponibilidade do Ministério da Saúde em continuar a cooperar com a nova representante da OMS no sentido de melhorar a situação sanitária da população.
Durante o último quinquénio, os investimentos feitos pela OMS em apoio ao Governo angolano, contribuíram para a melhoria da saúde no país, designadamente através de acções de fortalecimento do sistema de saúde, incluindo o desenvolvimento de recursos humanos, elaboração/actualização de políticas, planos estratégicos e normas nacionais relativas à saúde materno-infantil, combate à malária, VIH/SIDA, tuberculose, hepatite B, e doenças tropicais negligenciadas.
Djamila Cabral, natural da Guiné-Bissau, é doutorada em medicina desde 1987 pela Universidade de São Paulo, Brasil, e mestre em Demografia pela Universidade Católica de Louvain, Bélgica.
Além de Angola, Djamila Cabral já representante a OMS em Moçambique, Burkina Faso, Costa do Marfim, e foi coordenadora da equipa de apoio inter-países da OMS para África do Oeste.
Djamila Cabral substitui no cargo Hernando Agudelo, que deixa o país após cumprir uma missão de sete anos em Angola.