Benguela – Após 15 anos paralisadas, as obras de requalificação do Centro de Ortopedia e Reabilitação Física da província de Benguela já retomaram e devem ser concluídas em Maio de 2025, apurou hoje a ANGOP.
Este centro, que terá uma capacidade para atender 450 utentes, começou a ser reabilitado em 2009 e a obra foi paralisada pouco depois, tendo o respectivo edifício sido completamente vandalizado.
Mas, agora, fruto de um financiamento privado da Azule Energy, uma petrolífera resultante da fusão entre a BP e a ENI, a reabilitação do centro, há muito reclamada pelos pacientes, foi retomada em Fevereiro de 2024, empreitada a cargo da Rise Angola, que já empregou 100 trabalhadores.
À ANGOP, o arquitecto e director de obras do projecto, Adriano Geraldo, destacou o bom ritmo da requalificação do edifício, uma vez que a obra regista um grau de execução de 78.5 por cento.
Segundo ele, a obra está a “correr muito bem” e já estão a ser preparadas a sala de raio-X, anfiteatro, o ginásio para crianças e o espaço de reabilitação física, tendo em vista a instalação dos respectivos equipamentos.
“Agora, estamos a entrar na fase dos acabamentos, revestimentos de paredes e de pisos diferenciados, tendo em conta as características do edifício”, explicou, antecipando que em Janeiro a obra poderá evoluir para 85 por cento de execução física.
Adriano Geraldo revela que, após a sua conclusão, prevista para Maio de 2025, o Centro de Ortopedia e Reabilitação Física de Benguela será regional e abrangerá as províncias do Cuanza Sul, Huambo e Bié.
Daí afiançar que Benguela vai ganhar uma unidade hospitalar moderna, que, de certa forma, dará respostas à elevada procura dos serviços de ortopedia e reabilitação física na região Centro e Sul do país, evitando assim a frequente deslocação dos cidadãos para Luanda.
Na prática, explicou que a unidade hospitalar é de especialidade e tem duas vertentes, uma é a fisioterapia e a segunda é a ortopedia tanto para crianças como adultos, contribuindo assim para a inclusão das pessoas com deficiência.
Além da aplicação de próteses a indivíduos que sofreram amputação em um dos seus membros, Adriano Geraldo também garantiu o atendimento às crianças com problemas de hidrocefalia ou outro tipo de deficiência e incapacidade.
Inovação
Antigamente, o centro não contemplava vários serviços, razão pela qual o arquitecto fala em inovação para atender às necessidades dos pacientes.
Em causa, referiu, está o aumento da área da fisioterapia, com a inclusão não só da reabilitação pediátrica, mas também do bloco ortopédico, assim como as salas de preparação e aplicação do gesso, produção de próteses, laminação, alinhamento e costura.
“Todos esses serviços são novos face às exigências actuais e o número de procura por estes serviços é grande”, rematou Adriano Geraldo, também formado em arquitectura hospitalar, com enfoque no centro ortopédico. JH/CRB