Luena - O país registou 12 mil e 787 óbitos por malária, em 2021, com um aumento de dois mil 307 casos, equivalente a 18 por cento, resultado de oito milhões, 968 mil e 628 ocorrências diagnosticadas nas unidades sanitárias.
A informação foi passada pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, durante a Cimeira Africana sobre os Cuidados da Saúde que decorre desde sexta-feira última, em Lusaka, capital da República da Zâmbia, organizada pela Zenith Global Health.
A cimeira africana sobre os cuidados da Saúde, com duração de dois dias, conta com a participação de cinco países, nomeadamente Angola, Nigéria, África do Sul, Inglaterra e Zâmbia (país anfitrião), bem como representante da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao falar sobre “A necessidade de ter uma forte presença do sector público nos esforços para eliminação das doenças transmissíveis, apoiando-se à parceria público-privada (PPP)”, Franco Mufinda disse que, em comparação com 2020, o país registou um aumento de dois milhões, 729 mil e 850 casos da doença.
Durante a sua intervenção, o secretário de Estado para a Saúde Publica afirmou que, apesar das contínuas estratégias preventivas na luta contra esta endemia, em Angola a malária continua a ter um “peso significativo”.
A par da Malária, Franco Mufinda disse que, dos mais de 80 tipos de doenças transmissíveis existentes, a tuberculose, o VIH-SIDA, a febre tifóide, a febre-amarela, a poliomielite, as arboviroses, as hepatites, a raiva, a brucelose são as que têm maior impacto e mais preocupantes no país.
Com vista a se inverter o quadro, o responsável destacou a expansão da rede sanitária, em curso no país, com maior ênfase para os cuidados primários, bem como a construção de um Centro Especializado para o Tratamento de Endemias e Pandemias (CETEP), com capacidade de 1500 camas, das quais 87 para os cuidados intensivos.
Segundo o secretário de Estado, ao todo, o país conta com três mil e 163 unidades sanitárias distribuídas em todo território nacional, sendo que o acesso à saúde baseada na universalidade, gratuidade e equidade, é o actual modelo público de gestão que vigora em Angola.
“O Sistema Nacional de Saúde está composto pelos serviços nacionais, militares, sector privado e filantrópicos, permitindo a liberdade de escolha ao utente”, disse o responsável.
De acordo com Franco Mufinda, nesse modelo o Estado afigura-se como provedor, fiscalizador e regulador, mobilizando recursos financeiros, humanos e infraestruturais, para prevenir as doenças e prestar assistência nas unidades existentes.
Por outro, disse que a Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP) e o Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) têm apoiado a formação, a promoção de saúde e a vigilância epidemiológica e laboratorial no país.
No primeiro dia da cimeira, testemunhada pela presidente da Zenith Global Health, Mary Akangbe, intervieram representantes da Zâmbia, Nigéria, África do Sul, Inglaterra e OMS.