Cubal - Centenas de habitantes do município Cubal, na província de Benguela, marcharam este sábado contra a proliferação da malária, doença que continua a ceifar muitas vidas no país, soube a ANGOP.
Dados das autoridades sanitárias locais, indicam que 21 e 146 cidadãos foram acometidos pela referida enfermidade em 2023.
Segundo o director municipal da Saúde, Adriano Cambali, a marcha, enquadrada nas festividades do 56º aniversário da circunscrição, surge para sensibilizar a população sobre os perigos da doença e formas de prevenção.
Na ocasião, foram feitos apelos sobre o uso correcto do mosquiteiro, participação em campanhas de limpeza e de eliminação de águas paradas, para evitar que o mosquito encontre espaço para a sua reprodução.
Ha relatos de que algumas pessoas têm utilizado o mosquiteiro para proteger as suas culturas contra os insectos que danificam os produtos hortícolas e também para pescar, ao invés da protecção contra o anofeles.
Realidade no Hospital Municipal do Cubal
A directora do Hospital Municipal do Cubal, Rosa Sessa, disse à ANGOP que, em 2023, a sua unidade registou quatro mil e 602 pacientes com malária, mais dois mil e 373 em relação a 2022.
"No ano passado, o HMC registou nove óbitos provocados por esta patologia, contra os dois notificados em 2022", explicou.
Na sua opinião, deve-se trabalhar primeiro na prevenção desta doença e depois no tratamento.
Referindo-se ao estado actual do Hospital, disse ser de referência, por possuir serviços diferenciados.
"Além de atendermos pacientes do município e os provenientes do Hospital Missionário do Cubal, temos recebido também doentes da Ganda, Caimbambo, Chongoroi, Benguela, inclusive de Luanda", esclareceu a directora.
Rosa Sessa informou que, nos últimos dois anos, o HMC melhorou significativamente a assistência aos pacientes, com a recepção de meios de diagnóstico, como aparelhos de laboratório, que facitam o trabalho do médico.
"Estamos a falar de hemogramas, microscópios, entre outros, para facilitar o trabalho e simplificar o tempo de espera do paciente no hospital", acrescentou.
Os anti-palúdicos e outros fármacos estão garantidos, segundo a médica.
Questionada sobre o quadro clínico, disse que o HMC tem dez médicos a funcionar e outros dez em formação.
Em termos de especialidades, conta com genicologia-obstetricia e cirurgia geral, a cargo de um expatriado. As especialidades em falta são oftamologia, dermatologia, por causa das lesões da pele, e há a necessidade de se aumentar médicos para a cirurgia e obstetricia por haver muita mulher a necessitar.
A directora informou ainda que o hospital tem uma capacidade de 120 camas, o que já não corresponde à demanda.
Para o efeito, o Governo Provincial de Benguela prometeu, ainda este ano, arrancar com as obras do futuro Hospital Regional do Cubal, face ao aumento da densidade populacional.
Neste momento, o município do Cubal tem uma população estimada em 367 mil e cinco habitantes.
Tem uma extensão geográfica de quatro mil e 834 quilómetros quadrados e conta com três comunas, nomeadamente Lumbala, Capupa e Tumbulo.TC/CRB