Luanda – O Ministério da Saúde (Minsa) vai adquirir cerca de 10 milhões de redes mosquiteiras, no âmbito das suas acções de combate a malária, informou hoje, sexta-feira, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Segundo dados oficiais, Angola registou desde o início do ano de 2022, cerca de 2,5 milhões de casos que resultaram em mais de três mil óbitos.
A malária, que é a principal causa de morte no país, afecta principalmente mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos.
A doença, que causou cerca de 4 milhões de casos e mais de cinco mil óbitos em 2021, tem maior incidência nas províncias de Luanda, Lunda Norte, Malanje, Uíge, Bié, Benguela, Huambo e Huíla.
Os dadosapontam que a malária representa cerca de 35 por cento da procura de cuidados correctivos, 20 por cento de internamentos hospitalares, 40 por cento das mortes peri-natais e 20 por cento de mortalidade materna.
O governo angolano está a implementar um Programa Multissetorial de Combate à Malária, que visa reduzir a taxa de mortalidade de 43,3%.
Para o efeito, o MINSA vai lançar, ainda este ano, um concurso público para aquisição das redes mosquiteiras.
Franco Mufinda, que falava durante o acto de abertura da Conferência Nacional do Flame Angola (Advocacia dos Líderes Religiosos para a Eliminação da Malária), referiu que esta aquisição é de extrema importância porque o uso de mosquiteiros ajuda a reduzir os casos de infecções por malária em cerca de 30 porcento.
Fez saber que teve início no dia 25 de Abril uma campanha na província do Cuanza Norte, com a distribuição de cerca de seis milhões de redes mosquiteiras.
Ressaltou a importância da massificação dos programas de controlo do saneamento do meio e de educação nas comunidades, para se adquirir conhecimentos sobre métodos de prevenção da malária, cuja erradicação começa pelo reforço na distribuição regular de mosquiteiros, através de postos de saúde, em todas as localidades.
No que tange a prevenção foi criado um tratamento intermitente que tem como prioridade a mulher grávida, com apresentação de indicadores positivos.
Franco Mufinda referiu ser objectivo acelerar a prevenção, o controlo e o tratamento da doença através de uma cobertura universal, onde a malária é o principal problema de saúde e a primeira causa de mortes e faltas no trabalho e nas escolas.
Salientou que apesar da Covid-19, o Estado sempre esteve empenhado em acompanhar a malária e como reforço foram mobilizados medicamentos para o tratamento simples e complicado.
Quanto a vigilância epidemiológica laboratorial, avançou que existem laboratórios montados com seguimento de dados, que diariamente realizam encontros com Gabinetes Provinciais da Saúde para analisar o comportamento das grandes endemias, incluindo a Covid-19, de modo a que a malária seja analisada diariamente e semanalmente acompanhada.