Luanda – O Ministério da Saúde (MINSA) vai incluir a vacina contra à malária no calendário anual de vacinação de crianças, anunciou, na quinta-feira, a directora nacional de saúde pública, Helga Freitas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na quarta-feira, em Genebra, a aprovação da primeira vacina contra a malária e recomenda o seu uso generalizado em crianças da África Subsahariana e outras regiões com altas taxas de transmissão da doença.
A OMS indica que, no contexto do controlo abrangente da malária, a vacina RTS, S/AS01 seja usada para a prevenção da malária P. falciparum em crianças que vivem em regiões com transmissão moderada a alta.
Dados disponíveis indicam que a doença, em Angola, afectou, no primeiro semestre deste ano, 6 milhões de casos, dos quais 9 mil óbitos.
Dos casos registados, um milhão e 900 são de crianças até aos 5 anos de idade, que resultaram em 3 mil óbitos.
Helga Freitas, que falava no especial TPA, adiantou que as autoridades angolanas farão o necessário para contar com a vacina o mais rápido possível, como forma de se reduzir a taxa de prevalência da malária em Angola.
Segundo a especialista em saúde pública, a vacina representa um sentimento de esperança na redução da mortalidades infantil em Angola, tendo em conta que a malária afecta, principalmente, crianças até aos 5 anos de idade.
“A vacina será aplicado em crianças a partir dos 5 meses de idade, em quatro doses. Portanto, fará parte do calendário normal de vacinação”, reforçou a médica.
Helga Freitas reafirmou à necessidade de os cidadãos manterem a vigilância epidemiológica, com acções de saneamento básico para se combater os vectores transmissores da doença.
Por seu turno, o coordenador do Programa de Combate à Malária, José Franco Martins, afirmou que o uso da vacina vai reduzir o impacto nos internamentos hospitalares.
Na óptica do responsável, contribuirá para a redução de 40 por cento de casos malária simples, 30 por cento de malária grave, 60 por cento de malária grave associada à anemia, 30 por cento de redução de transfusão sanguínea e 40 por cento de hospitalizações.
José Franco Martins adianta que, com a aplicação da vacina, há uma previsão de apenas 4 em cada 10 crianças sejam internadas nas unidades sanitárias devido à malária.
A malária provoca, anualmente, a morte de mais de 260 mil crianças e constituiu um dos principais problemas de saúde pública no Mundo, em particular em África.
A OMS indica que a vacina contra a malária RTS, S/AS01 deve ser fornecida num esquema de 4 doses, em crianças a partir dos 5 meses de idade, para a redução da doença e da carga da malária.