Luanda -O secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, reafirmou, esta segunda-feira, em Luanda, o compromisso no aumento de técnicos especializados em saúde oral e sua distribuição nas unidades.
A Ordem dos Médicos controla mais de 1.100 dentistas a nível nacional.
O secretário da Estado para a Saúde Pública, que falava durante no acto central do Dia Mundial da Saúde Oral, que hoje se assinala, referiu que a carência e inadequação da referida especialidade, faz com que a maioria das doenças orais continuem não tratadas, dai a aposta em soluções eficazes, como a promoção e prevenção das doenças orais.
Os esforços, disse, vão no sentido da estruturação de um programa básico de Saúde Oral, para a integração dos cuidados de saúde oral nos cuidados de saúde primários e que inclui a promoção da saúde oral.
"Estas acções estão ligadas a promoção de pastas dentífricas à base de flúor, a preços acessíveis, para prevenir a cárie dentária, o tratamento oral urgente, bem como no tratamento restaurador sem trauma para tratar a cárie dentária existente e evitar uma maior deterioração", salientou.
Conforme Carlos Pinto de Sousa, o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012-2025 tem traçadas metas que incluem, entre outros, o equipamento mínimo e a colocação de técnicos especializados na rede primária, secundária e terciária, bem como um centro de prótese dentária por província e a elevação de conhecimentos atitudes e práticas da comunidade sobre a higiene oral e hábitos alimentares.
Para secretário de Estado para Saúde Pública, uma boa saúde oral contribui significativamente para o bom estado geral de saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.
Na Região Africana da Organização Mundial da Saúde, adiantou, mais de 480 milhões de pessoas padecem de doenças Buco-Orais, tais como cáries dentárias, doenças periodontais e perdas de dentição, embora na sua maioria possam ser prevenidas o peso das doenças orais.
A fraca saúde oral, disse, faz com que milhões de pessoas sofram de dores extremas, aumentando os encargos financeiros para a sociedade e afectando gravemente a qualidade de vida e o bem-estar da população.
"O exemplo é o Noma, um tipo grave de estomatite gangrenosa, que destrói a boca e o rosto de crianças pequenas, sobretudo, se não for tratada, sendo que 90% destes casos o seu desfecho é fatal", salientou.
Neste sentido, em 2016, os Estados-Membros aprovaram a Estratégia Regional de Saúde Oral 2016-2025 cujo a finalidade é de combater as doenças orais no contexto das doenças não transmissíveis, integrando assim a saúde oral na prevenção e controlo das doenças não transmissíveis com vista à cobertura universal de saúde.
Visão da OMS
Segundo a OMS, os cancros orais são em grande parte evitáveis. A prevalência de cancro da oro-faringe é elevada, particularmente entre os homens de meia-idade, e o número de casos está a aumentar principalmente no sul e leste de África, onde Angola se localiza.
Para saudar a data, a OMS definiu, este ano, como lema "Saúde Oral para Todos" para encorajar os Estados Membros a fazer um compromisso sobre a saúde oral para as comunidades.
As doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis e preveníeis mais comuns do mundo.
Em Angola a" Saúde Oral" foi instituída em 2007 com o objectivo de refletir sobre a sua importância para o bem-estar da população.
O Dia Mundial da Saúde Oral assinala-se anualmente a 20 de Março, e pretende sensibilizar a população acerca da importância da saúde oral. EVC/ASS