Luanda - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, manifestou, esta segunda-feira, em Luanda, disponibilidade para continuar a dialogar com o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA), com o intuito de se encontrar um caminho consensual para o fim da greve dos médicos.
Os médicos das unidades sanitárias públicas estão em greve desde o dia 6 deste mês, reivindicando o reajuste salarial, o pagamento de subsídios, melhores condições laborais, enquadramento de mais profissionais, de entre outras exigências.
Em declarações à imprensa, Sílvia Lutucuta apelou aos médicos a calma, exortando-os a voltarem aos postos de trabalho para garantir a assistência médica-medicamentosa aos utentes das unidades sanitárias.
Conforme a ministra, os ministérios das Finanças e o da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social estão a trabalhar para se responder, positivamente, para a melhoria da renumeração da função pública num todo.
“Pedimos 90 dias para se fazer uma avaliação profunda da questão salarial, visto que requer um trabalho profundo que já está a ser feito pelos ministérios das Finanças e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social”, referiu.
A ministra acredita no bom senso dos médicos, realçando serem profissionais capazes de prestarem um bom serviço no país e além-fronteiras, priorizando o “bem vida”.
Sílvia Lutucuta apontou, entre outras acções, aimplementação de programas que visam a melhoria da assistência médica e medicamentosa, bem como das condições de trabalho e sociais dos profissionais.
Destacou o Programa Integrado de Intervenção dos Municipios (PIIM), que tem permitido a construção e reabilitação de infra-estruturas sanitárias, como postos, centros e hospitais.
“Temos implementado a governação de proximidade. Em muitas províncias foram distribuídos equipamentos hospitalares, camas, equipamentos cirúrgicos, dentre outros”, disse.
Conforme a ministra, o Executivo está a apostar também na formação do profissional de saúde, estando, actualmente, 2.600 médicos em formação em cerca de 41 especialidades.
Anunciou o ingresso, para este ano, de sete mil 64 novos enfermeiros na função pública e 500 médicos.
A ministra adiantou que os profissionais da saúde que serão admitidos obtiveram nota positiva no concurso público de 2019, mas por falta de vagas não tinham sido recrutados.
No concurso público da saúde realizado em 2019, as admissões foram feitas com base nas notas e na carreira especial, mas ficaram cerca de sete mil 64 enfermeiros (com nota positiva) sem vagas.