Luanda - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, saudou, esta quinta-feira, em Luanda, a classe médica pelos sacrifícios consentido em prol de um melhor serviço a toda a população.
Sob o lema ”Médicos unidos, confiantes, usar vidas para salvar vidas", assinala-se hoje, o Dia do Médico Angolano.
A governante, no seu pronunciamento em alusão a efeméride, realçou que neste dia de reflexão o sistema nacional de saúde continuará apostar na classe de profissionais para manter a resiliência do sector da saúde.
Todavia, reconheceu que muito ainda há por se fazer nas unidades sanitárias para se oferecer condições excelentes a todos os profissionais, nacionais e estrangeiros que lado a lado partilham o desafio de salvar vidas.
Para ultrapassar estas dificuldades, salientou que o Executivo tem investido fortemente em infraestruturas a todos os níveis, com a construção de novos hospitais, na admissão de novos médicos, bem como na formação especializada e contínua.
Aproveitou o ensejo para reafirmar o compromisso do Ministério da Saúde (MINSA) na melhoria das condições de trabalho, voltado aos cuidados primários de saúde, bem como na valorização dos profissionais e no acesso de qualidade ao serviço de saúde em todos os lugares e momentos.
Ordem dos médicos
Com aproximadamente 14 mil médicos inscritos na ordem, a bastonária Elisa Gaspar congratulou-se com a data e apontou a especialização dos médicos como um dos principais objectivos da classe.
Segundo a médica, a Ordem e o MINSA continuam a trabalhar, por via dos colégios de especialidade, na autonomia para conferir idoneidade formativa às unidades que realmente tenham os requisitos necessários para fazer formação.
Quanto à investigação científica, disse que alguma coisa tem sido feita no país, com profissionais a dedicarem-se a trabalhos e artigos, publicados em revistas, dentro e fora do país.
Lembrou que existe uma liga de pesquisas científica multidisciplinar, a trabalhar há mais de um ano e a receber apoio de vários países, nomeadamente Estados Unidos, Brasil e Portugal.
Por outro lado, garantiu que tem estado a trabalhar para que haja mobilidade entre os profissionais para um maior intercâmbio entre os profissionais nos vários níveis.
A falta de médicos, concordou, no país ainda é gritante, mas um árduo esforço e trabalho está a ser envidado para diminuir essa escassez, realçou que colegas em formação no exterior estão a chegar para uma maior cobertura.
Para o médico angolano, funcionário do Hospital Josina Machel, Agnelo Lucamba, o dia de hoje é louvável e diariamente espera ser motivado, como profissional da saúde, com a alegria e o sorriso de cada paciente.
“Amo a minha profissão e me doou de corpo e alma, sem esperar fins lucrativos, apenas a satisfação de poder ajudar muitas famílias“, assegurou.
Como especialistas de maxilo facial, frisou que tenta devolver o sorriso e alegria de viver dos seus pacientes em cada intervenção, pois seu desafio é salvar vidas.
Quanto a humanização, disse, é um acto que gera muito debate, mas deve ser implementado em todas as unidades hospitalares, por ser uma profissão que requer empatia e amor ao próximo, logo exige maior proximidade com os pacientes .
Por sua vez, a médica do hospital Américo Boavida, Zaida da Silva , considerou a medicina como a arte de salvar vidas e em Angola é exercido com muitas dificuldades.
De acordo a fonte, a ausência de amor entre o profissional e paciente é uma das barreiras para o sucesso dos serviços prestados nas unidades, é fundamental que o paciente veja o médico como a pessoa indicada para salvar vidas.
É de opinião que a medicina tem perdido o brilho da arte de salvar, e aproveitou para dizer que os profissionais de saúde têm dificuldades em exercer a humanização por falta de condições e de recursos, inerentes a profissão.
"Apesar das dificuldades enfrentadas no dia a dia, devemos continuar a trabalhar para que amanhã se tenha um país com uma medicina de alto nível", concluiu.
Segundo o médico Gilson Boavida a população pode ajudar a melhorar a qualidade da assistência médica prestada, seguindo as orientações que lhes é passada para saberem identificar os primeiros sinais de alerta.
Ressaltou que se deve ter uma população disciplinada para cumprir com as orientações dos médicos para não se registar quadros descompensados, lembrando as medidas de biossegurança, higiênicas, uso de mosquiteiros e lavar bem os alimentos, entre outras.