Luanda - Mais de 10 mil mulheres vivem com fístula obstétrica em Angola e, por isso, não aparecem em consultas médicas por recearem discriminação, informou, esta quinta-feira, o secretário de Estado para Saúde Hospitalar, Leonardo Inocêncio.
O responsável avançou o facto na 1ª Conferência Nacional sobre “O papel da igreja na prevenção de fístula obstétrica”, tendo apelado para a atenção aos eventuais sinais de isolamento das crentes no intuito de alertar as autoridades sanitárias e aproximá-las ao serviço de saúde.
Considera que o papel da igreja neste campo, centrar-se-á fundamentalmente na propagação da mensagem de acolhimento, para a redução do estigma e discriminação.
Os dados internacionais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estimam que dois milhões de mulheres a nível da África e da Ásia são portadoras de fístula vesico-vaginal, referiu.
Assim sendo, enfatizou, pretende-se garantir que todas as mulheres em estado de gravidez tenham assistência durante as 24 horas do dia em todo o território nacional.
Isso, visa montar uma rede de assistência médica-medicamentosa, oferecendo serviços a nível das comunidades, desde as províncias, municípios e as localidades mais longínquas.
Sustentou pretenderem garantir também a construção de casas de espera para aquelas mulheres com parto de alto risco, com vista a garantir uma gestação e um parto seguros.
Informou estarem a realizar campanhas cirúrgicas afim de reduzir as pacientes em lista de espera para cirurgias obstétricas, bem como o sector está a formar mais de 38 mil profissionais e muitos deles em cuidados de saúde primário.
Fez saber que a saúde não é simplesmente o bem-estar biopsicossocial, mas também o bem-estar espiritual das utentes.
Por outra, lembrou o programa da construção de mais de 100 unidades sanitárias no país e quase todas de nível primário, sendo que cada um deles terá serviços de assistência materno-infantil, para aumentar a oferta de serviços e a satisfação das populações.
Já o secretario-geral do CICA, Valdimir Agostinho, considerou ser um acto de reflexão para todos, porque as mulheres que vivem desta patologia precisam de apoio e oração. AB/SEC