Dundo – Angola tem um registo de 310 mil pessoas a viver com o VIH/SIDA, onde a Lunda-Norte aparece entre as quatro províncias com maior índice da doença.
Deste número, 190 mil são mulheres, cuja cobertura em tratamento antirretroviral ainda é baixa, ou seja, 49 por cento em adultos e 22% em crianças.
Na Lunda-Norte com cerca de sete por cento das 310 mil pessoas a viver com o vírus no país, 50% dos doentes que vão aos tratamentos são adultos.
Os dados foram apresentados esta segunda-feira, no Dundo, pela directora do Instituto Nacional de Luta contra o VIH/SIDA, Maria Lúcia Furtado, durante um encontro com os membros do governo da Lunda-Norte, sublinhando que a taxa de transmissão do vírus de mãe para o filho ainda é alta.
Disse que em 100 mulheres gestantes soropositivas no país, 16 transmitem o vírus aos filhos, por falta de informação ou orientação.
Segundo a responsável, os dados do último inquérito, realizado em 2023, revelam que “as crianças na província da Lunda-Norte estão a contribuir muito para novas infeções do VIH”, e 65% por cento de jovens dos 15 aos 24 anos de idade, portadores do vírus, estão nesta circunscrição do país.
Acrescentou que a incidência de novos casos em crianças na Lunda-Norte é de 0.6 por cento.
O município do Lucapa está entre os dez municípios do país com maior incidência entre adolescentes e jovens e o Chitato comporta maior prevalência em mulheres gestantes.
Por estes factos, a responsável apelou ao governo provincial, à criação de uma comissão multissectorial no sentido de disseminar informações sobre o vírus, formas de transmissão e tratamento.
Recomendou uma ampla divulgação sobre o programa de corte vertical, para reduzir ao máximo, a transmissão do vírus da mãe para o bebe.
Assegurou que o Governo tem estado a trabalhar para que o tratamento do vírus seja sustentável.
Para tal, a instituição elaborou um plano de actividade que contém nove eixos, entre os quais, a identificação de 75 por cento das pessoas que vivem com o VIH no país e assegurar que 95% dos portadores em tratamento mantenham a carga viral estável.
Fez saber que estas e outras medidas visam o cumprimento da meta traçada pelo Executivo angolano para que o VIH/SIDA deixe de ser problema de saúde pública em 2030. JVL/HD