Benguela - Duzentas e 54 crianças, das 290 que aguardam por uma cirurgia do pé torto congénito, foram excluídas, depois dos exames de rastreio que precedem uma campanha massiva de cirurgias grátis no Hospital Geral de Benguela, apurou a ANGOP.
O Programa de Cirurgias Complexas, que tem vindo a devolver esperança e sorriso a muitos pacientes, inclusive vindos de outras províncias, foi lançado em 2024 pela direcção do Hospital Geral de Benguela para reduzir a espera por cirurgias electivas, exames e consultas.
Assim, a maior unidade hospitalar da província de Benguela agendou para o primeiro trimestre deste ano uma campanha massiva de cirurgias de correcção de deformidade congênita do pé torto, cuja primeira fase irá decorrer de Janeiro a Fevereiro.
Ao todo, 290 crianças já mereceram uma avaliação médica de especialidade na primeira semana dos exames de rastreio, que decorreu entre os dias 20 e 24 de Janeiro, sendo que 254 não apresentam critérios de inclusão para a cirurgia.
Segundo o responsável da Secção de Ortopedia do Hospital Geral de Benguela, Olímpio Chapuia, do universo de 290 crianças rastreadas, apenas 36 estão aptas para a referida cirurgia, pois preenchem os critérios de inclusão.
Com efeito, o médico ortopedista garantiu que estas 36 crianças
poderão ser submetidas ao procedimento cirúrgico a partir do dia 31 de Janeiro, data do arranque da etapa inicial da campanha.
De acordo com o coordenador da campanha, as cirurgias grátis do pé torto congénito prolongam-se para os dias 1, 2 e 3 de Fevereiro, com uma equipa médica multidisciplinar do Hospital Geral de Benguela.
Também fez saber que a mega campanha de correcção de deformidade congênita do pé torto inclui o pé boto, metatarso adulto, empolidatilha, cidatilha e outras deformidades.
Dessa forma, deu a conhecer que os pacientes com critérios de inclusão já começaram a fazer exames laboratoriais, devendo, a partir de segunda-feira, ser submetidos a uma consulta de anestesia.
No que aos pacientes sem critérios de inclusão diz respeito, o médico justifica a sua exclusão com o facto de não terem deformidade no pé, propriamente dito.
Ou seja, acentuou, trata-se de deformidades de causa neurológica, lesão da pele ou pele em estado precário.
A estes factores condicionantes, segundo o médico, junta-se também o quadro respiratório comprometido, crianças com malária ou diarreia e outras enfermidades.
O plano, disse, é que estas pessoas, que estão em lista de espera, possam ser avaliadas no segundo semestre deste ano, tendo em vista a possibilidade de serem operadas.
Olímpio Chapuia ainda apontou como objectivo principal da mega campanha melhorar a auto-estima dos pacientes e desafogar o enorme fluxo nas consultas externas do Hospital Geral de Benguela. JH/CRB