Mungo - Cento 49 mil pessoas, de cinco anos de idade em diante, poderão ser desparasitados, nos próximos cinco dias, contra Oncocercose ou cegueira dos rios, no município do Mungo, província do Huambo, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
A campanha massiva, aberta no município do Mungo, considerado mais endémico da Oncocercose, há três anos, visa prevenir o surgimento de novos casos desta doença, resultante do consumo de água não tratada, dificuldades no saneamento básico e maus hábitos alimentares, enquadrado nas Doenças Tropicais Negligenciadas.
Para tal, estão mobilizados mais de 200 agentes comunitários para a administração de um a quatro fármacos de Ivermectina por cada pessoa em domicílio, mercados, igrejas, escolas, entre outros locais de fluxo populacional.
Na abertura, o chefe de Departamento de Saúde Pública na província do Huambo, Valentim Catolo, disse que a luta contra as Doenças Tropicais Negligenciadas faz parte das prioridades do Governo da província do Huambo, em articulação com o Ministério da Saúde, tendo em conta o seu impacto e custo às populações, tanto rurais, tanto suburbanas.
Assim, referiu que as autoridades sanitárias da província continuam a realizar tratamentos em massas com Ivermectina, especialmente, no município do Mungo, numa população de cinco anos de idade em diante, enquanto público-alvo da doença.
Lembrou que campanha decorre pelo terceiro ano seguido no Mungo em orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a colaboração com o Ministério da Saúde.
Valentim Catolo disse que a luta é erradicar a Oncocercose na municipalidade em cinco anos, numa altura em que não foram detectados nenhum caso da doença em 2023.
Referiu que esta iniciativa, ao integrar grande número de crianças e adultos, vai eliminar o absentismo laboral e escolar nas comunidades, onde as parasitoses intestinais são problema de saúde pública, no quadro das Doenças Tropicais Negligenciadas.
Por isso, apelou ao empenho e responsabilidade dos distribuidores comunitários mobilizados para a campanha, para além da colaboração das autoridades tradicionais e entidades religiosas, para que ninguém escape da desparasitação.
Por sua vez, a administradora adjunta do município do Mungo para a área Política, Social e das Comunidades, Elisabeth Napassa Cafundala, reiterou o compromisso da Administração do Mungo em continuar a combater a Oncocercose na localidade, em parceria com as autoridades sanitárias, por ser um mal que afecta a população.
A Oncorsercose é uma doença infecciosa causada pelo parasita oncocerque volvulus, que pode causar a perda progressiva da visão, lesões na pele e aparecimento de nódulos indolores, podendo ser transmitida pela picada do mosquito do género símio, também conhecida como mosca preta.
Normalmente é encontrado à beira dos rios, daí que, normalmente, é conhecido como a cegueira dos rios.
O município do Mungo, localizado a 130 quilómetros a Norte da cidade do Huambo, possui duas comunas, nomeadamente Cambuengo e a Sede, com uma população estimada em mais 150 mil, na sua maioria, camponesa. ZZN/JSV/PLB