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Mais de 100 crianças nascem livre do VIH/Sida no Huambo

     Saúde              
  • Huambo • Segunda, 02 Dezembro de 2024 | 09h16
Laço Vermelho, dístico do HIV-Sida
Laço Vermelho, dístico do HIV-Sida
Divulgação

Chicala-Cholohanga - Cento 52 crianças nasceram livre do VIH/Sida, entre 2023 e 2024, na província do Huambo, através do corte de transmissão vertifical, inserido na campanha “Nascer Livre para Brilhar”, soube a ANGOP.

Os partos foram realizados nas 277 unidades sanitárias que compoem o Sistema público de Saúde da província do Huambo, com uma população estimada em mais de dois milhões 800 mil habitantes, distribuidos em 11 municípios.

A campanha “Nascer Livre para Brilhar”, é uma iniciativa da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, que contempla a capacitação dos técnicos de saúde,  profissionais da comunicação social, autoridades tradicionais, religiosos e outras estratos da sociedade civil, com foco na sensibilização da prevenção e combate à Sida.

A informação foi prestada, no domingo, pelo supervisor do Programa de Luta Contra a Sida na província do Huambo, Euclides Chipavavela, no acto comemorativo ao Dia Mundial de Luta Contra o Sida, decorrido na vila da Chicala-Cholohanga, sob o lema “Siga o caminho dos direitos humanos na resposta ao VIH”.

O responsável informou que as autoridades sanitárias registaram, este ano, dois mil e 37 seropsitivos, contra dois mil 405 diagnosticados em 2023.

Disse que ao longo deste periódo nove pessoas morraram, vítimas da doença, contra dez do ano transacto, com uma rede de assistência fixada na ordem de 60 por cento.

Euclides Chipavavela lamentou a existência de doentes sépticos  ao tratamento do VIH/Sida, optando pela medicina tradicional, ao contrário da convencional, uma situação que tem contribuído na progressão da doença na província do Huambo.

Indicou que taxa de prevalência ocupa 1 por cento nesta região do Planeta Central, onde as autoridades sanitárias ambicionam expandir os serviços de testagem, acompanhamento, planeamento familiar, puericultura (especialidade médica que segue o desenvolvimento das crianças e adolescentes), pós e pré-parto em todas unidades sanitárias.

Por isso, definiu como perspectivas para 2025, a expansão dos serviços de assistência do VIH/Sida, a mobilização da população e o melhoramento da visão responsável, para evitar situações de estigma social e a proliferação da doença nas comunidades.

Assegurou que a província do Huambo tem um stock de medicamentos suficiente, para assistir a população seropositiva, sem a necessidade de procurar esses serviços em outros pontos do país.

Por seu turno, o director do gabinete da Saúde na província do Huambo, Lucas António Nhamba, explicou que, apesar de existir algumas mudanças, as barreiras actuais  estão relacionadas com a discriminação social dos seropositivos, principalmente, nas comunidades rurais.

Recordou que há dez anos o estigma a esta doença foi maior, agora é possível encontrar pessoas que assumem com responsabilidade a sua condição de soropositivas e divulgam sem receios o seu estado serologico.

Lucas Nhamba apelou parea a necessidade de se impulsionar a cultura de testagem do VIH/Sida, para a descoberta, com antecedência e activar mecanismos médicos mais eficientes.

Esclareceu que a prática clínica demonstra que se o acesso ao tratamento desta doença  for antecipada e o acompanhamento, a carga viral diminui e quase se torna indetectável e, consequentemente, contribui nos índices de contaminação.

Desde 2003, a província do Huambo atingiu um total acumulado de 16 mil 534 seropositivos em acompanhamento e tratados com retrovirais em várias unidades sanitárias, distribuídas pelos 11 municípios.

Histórico da efeméride

O Dia Mundial do Combate à Sida é assinalado, anualmente, a 1 de Dezembro. O seu objectivo é sensibilizar e apoiar àqueles que padecem desta doença e homenagear os que faleceram infectados.

A criação deste dia foi uma iniciativa de James Bunn e Thomas Netter, dois oficiais do Programa Mundial da Luta contra a Sida da Organização Mundial de Saúde (OMS). A ideia ganhou apoiantes dentro e fora da OMS, sendo a sua implementação reconhecida através da Resolução 43/15 da Assembleia Geral da ONU, em 1988.

A sociedade é chamada a intervir, a assegurar que o problema da Sida permaneça na agenda política e que os direitos humanos fundamentais sejam respeitados. LT/JSV/ALH





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