Talatona - A província de Luanda registou, em 2023, um milhão e 950.531 casos positivos de malária, contra um milhão e 491.651 em 2022, representando um aumento de quase 24 por cento comparativamente ao ano anterior.
Os dados foram avançados pela supervisora do Programa Provincial de Luta contra a Malária, Nadir de Carvalho, salientando que, apesar das estatísticas, os números representam uma diminuição nas taxas de mortes na ordem dos dois mil e 325 entre 2022.
Segundo Nadir de Carvalho, que falava em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Malária, a assinalar-se na quinta-feira, a redução de casos deve-se às estratégias adoptadas pelo governo provincial, ligadas aos programas de formação, manejo de casos e o aumento de fumigação nos municípios.
O município com maior incidência nos últimos dois anos, de acordo com a responsável, foi o de Icolo e Bengo, por estar rodeado de rios e mata densa, enquanto que a taxa de mortalidade é liderada pelo município do Kilamba Kiaxi, com 8% de casos, nos últimos dois anos.
Em relação à faixa etária, os grupos de risco e com maior complicação são os menores de cinco anos. Todavia, os adultos são os mais acometidos por malária, tanto no ano de 2022 como em 2023, frisando que se deve reforçar as palestras e a distribuição de mosquiteiros.
Relativamente aos três principais municípios em termos de taxa de incidência, apontou Icolo e Bengo, Quiçama e Belas.
Em relação ao ano em curso, o mês de Janeiro foi o mais preocupante, com mais de 100 óbitos.
A responsável apontou as chuvas e a falta de brigadistas como um dos entraves para a prossecução dos trabalhos de sensibilização nos municípios, bem como o atraso na recolha de lixo, tendo indicado a vacina contra a malária como uma das soluções para a diminuição de casos.
Por sua vez, o vice-governador para o sector económico, Jorge Miguens Augusto, destacou que no primeiro trimestre do corrente ano foram reportados 568.584 casos positivos, mais 81.481 em relação ao período homólogo, e 504 casos de mortes mais 206 em relação ao mesmo período.
Apontou as crianças e as mulheres grávidas como as mais vulneráveis.
O aumento de casos e óbitos por Malária, no primeiro trimestre de 2024, é motivo de enorme preocupação e sugere a necessidade de reforçar as estratégias de intervenção, especialmente em áreas com maior incidência.
Neste quadro, disse, o Governo Provincial de Luanda reforçou e alargou o combate à malária, tendo adquirido cerca de 100 mil mosquiteiros e posto à disposição das unidades sanitárias um total de 75.000, durante o primeiro trimestre.
A malária, uma doença infeciosa, que tem como grupo vulnerável crianças e grávidas, é a primeira causa de morte no país.GIZ/MAG