Luanda - A taxa de transmissão de VIH/Sida de mãe para filho diminuiu de 28 (2018) para 19% em 2020 na província de Luanda, no âmbito da iniciativa global "Fast Track Cities" (Cidades em vias de aceleração contra o VIH/Sida).
A iniciativa lançada em 2014, em Paris (França) que visa acabar com a pandemia até 2030, permitiu igualmente, aumentar a taxa de cobertura de mulheres grávidas de 34% para 68% no mesmo período.
A Declaração de Paris visa acabar com a pandemia do VIH/Sida até 2030, estando implementada em 350 cidades do mundo, 150 dos quais em África.
Os dados foram apresentados quinta-feira, pelo Representante Permanente Adjunto da Missão de Angola junto da ONU em Nova Iorque, embaixador João Gimolieca, na 80ª reunião plenária da Assembleia-Geral sobre a Implementação da Declaração de Compromisso sobre o VIH/SIDA.
Na perspectiva de protecção das gerações futuras da contaminação pelo VIH, o diplomata lembrou que Angola aderiu ao programa 'Nascer livre para brilhar”da União Africana, uma iniciativa liderada pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, que visa prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho.
Frisou que o programa acompanha as mulheres desde os três meses de gestação até os 24 meses de vida do bebê e, nesse período, são administrados retrovirais para evitar que as mães transmitam o vírus aos bebês durante o parto ou no período de amamentação.
“De Janeiro a Setembro de 2021, o Instituto de Combate à Sida registou 14.460 casos positivos de HIV em gestantes, todos devidamente monitorados pelo Programa Corte de Transmissão Vertical”, rematou.
Noutro ponto do seu discurso, o embaixador falou da Resposta Nacional e Integrada ao VIH e SIDA, que abarca a realização de programas de treinamento de jovens garantindo o seu acesso aos serviços de saúde relacionados ao VIH, com o objectivo de não deixar ninguém para trás.
A Resposta Nacional Integrada ao VIH e SIDA, prevê também o aumento do número de laboratórios para testagem de HIV no país, reforçando assi m o conhecimento sobre a carga viral em pacientes com VIH/SIDA e ampliando a atenção ao nível dos municípios.
Enalteceu a revisão dos progressos na Implementação da Declaração de Compromisso sobre o HIV e SIDA como sendo um passo importante para o Governo angolano acabar com a SIDA como ameaça à saúde pública no país até 2030.
Fez saber, que à semelhança de muitas partes do mundo em Angola, o estigma e a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV ainda representam barreiras para o combate à doença, pelo que o Governo angolano continua a desenvolver programas para proteger as pessoas que vivem com o VIH e SIDA do estigma, discriminação e intolerância.
De acordo com o diplomata, Angola vive num contexto onde são visíveis os avanços científicos, o activismo comunitário com consciência para acabar com o estigma e o preconceito e para divulgar a informação certa em resposta à epidemia, porém defende que os esforços devem ser direccionados para a inovação da vacina contra o VIH antes de 2030 e à semelhança da maioria dos países da África Subsaariana exige mais recursos dedicados às respostas ao VIH e à SIDA.
O diplomata concluiu reafirmando o compromisso do país em continuar a implementar as recomendações da Declaração de Compromisso sobre o HIV e SIDA, no quadro da protecção dos direitos humanos e da dignidade das pessoas que vivem com o vírus.