Luanda – O Instituto Nacional de Sangue (INS) registou 127 mil 625 dadores, durante o ano 2023, informou esta sexta-feira, em Luanda, a sua directora-geral, Deodete Machado.
A responsável falava à imprensa em alusão ao Dia Mundial do Dador, que hoje (14 de Junho) se assinala, tendo enfatizado a necessidade do aumento do número de dadores.
Segundo Deodete Machado, dos 127 mil 625 dadores existem 113.696 dadores familiares e 10.772 dadores voluntários regulares.
Explicou que o total de dadores familiares corresponde a 93 por cento, sendo que apenas sete por cento são dadores voluntários, cifra abaixo da estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a directora, a OMS recomenda que 100 por cento das doações devem ser voluntárias.
Deodete Machado, que não avançou dados comparativos, pediu a sociedade para doar voluntariamente sangue, de modo à ajudar a manter o estoque das unidades hospitalares e salvar vidas humanas.
Para si, o país precisa de mais dadores voluntários de sangue, para dar resposta às necessidades das unidades sanitárias.
Distribuição nas unidades de saúde
Em relação ao processo de distribuição de sangue nas várias unidades de saúde do país, Deodeth Machado informou que, até 2022, o país contava com cerca de 193 serviços de hemoterapia.
Com a inauguração de novos hospitais, fruto do investimento do Executivo angolano no sector da Saúde, este número aumentou consideravelmente, acompanhado uma maior procura de sangue.
O Instituto Nacional de Sangue (INS) é o órgão responsável que, diariamente, colhe em média 50 bolsas de sangue, realizando testes para despistar a malária, hepatite A, VIH/Sida e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Conforme a fonte, o INS fornece sangue directamente aos hospitais Pediátrico David Bernardino e ao Instituto Angolano de Controlo do Cancro, instituições que não têm serviços internos de hemoterapia para colecta, testagem e conservação em grandes quantidades.
Sublinhou que, com excepção de Luanda, existem centros provinciais de hemoterapia que pertencem ao INS e trabalham de forma autónoma, para atender todas as unidades de saúde.
Deodete Machado fez saber que a província de Luanda tem cerca de 45 serviços de hemoterapia, entre privados e públicos, consumindo aproximadamente 350 unidades por dia.
Grupo sanguíneo
Além da falta de dadores voluntários, uma das maiores preocupações da instituição é o número reduzido de dadores com grupos sanguíneos negativos (A, B, O negativos), que representam apenas 15 por cento da população geral.
"Nós, enquanto INS, temos a responsabilidade de garantir a disponibilidade deste tipo de sangue. Apesar do apoio das famílias dos pacientes, a demanda às vezes é maior do que a oferta”, revelou.
De acordo com a OMS, estima-se que menos de 50 pessoas em todo o mundo possuem Rh Nulo, tornando estes doadores extremamente raros.
O dados no mundo mostram que anualmente, no mundo inteiro, são feitas 118,5 milhões de doações de sangue, das quais 40 por cento em países de renda alta, onde vivem 16 por cento da população mundial.
Nos países de baixa renda, o número de doações é inferior a cinco por cada 1000 habitantes, nos países de renda média e média baixa é de 16,4 e 6,6 respectivamente por cada 1000 habitantes, enquanto nos países de renda alta é de 31,5 por cada 1000 habitantes.
Dia Mundial do Doador de Sangue
O Dia Mundial do Dador de Sangue é comemorado, anualmente, a 14 de Junho, com o objectivo de homenagear todos os dadores e consciencializar os não-dadores sobre a importância deste acto, que é responsável pela salvação de milhares de vidas.
A data foi criada por iniciativa da Organização Mundial da Saúde, em 2014, e o dia escolhido é uma homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner (14 de Junho de 1868 - 26 de Junho de 1943), um imunologista austríaco que descobriu o factor Rh e várias diferenças entre os diversos tipos sanguíneos. EVC/OHA