Talatona - A Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) realizou, em 2023, 108 mil exames obrigatórios de medicina do trabalho, representando menos de 50 por cento do total de trabalhadores existentes no país.
A informação foi avançada, nesta sexta-feira, em Luanda, pela especialista em Medicina do Trabalho Maria do Céu Canivete, quando falava nas IV Jornadas de Medicina do Trabalho, que decorre sob o lema: “ O Estado da Arte da Saúde Ocupacional e as Preocupações com o Futuro do Trabalho de Angola", promovidas pelo Colégio de Especialidade de Medicina do Trabalho.
De acordo com a responsável, a acção preventiva contou com a envolvência de profissionais de empresas certificadas.
Maria do Céu Canivete que falava a propósito da Semana Mundial da Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho, referiu que as empresas têm a responsabilidade de garantir condições seguras e saudáveis aos trabalhadores ,com vista a prevenir acidentes e doenças profissionais.
No que diz respeito ao cruzamento de dados feito com o Instituto de Segurança Social (INSS) em 2023, afirmou que foram aplicadas 230 mil multas.
Em relação a baixa dos exames médicos, disse que as empresas certificadas são insuficientes para a demanda do país.
Informou que actualmente, a IGT tem o registo de 44 empresas certificadas para prestar serviços na área de saúde do trabalho e mais de 17 em vias de certificação.
Por sua vez, o responsável pela actividade, João Puaty, disse que a medicina do trabalho em Angola ainda é uma especialidade nova, por esse motivo contabiliza-se apenas 71 médicos.
"Infelizmente, nas unidades de saúde ainda não se regista estes serviços porque o foco apenas tem sido tratar de doenças que a população leva para o local.
O especialista defendeu a necessidade de se tratar também a saúde dos profissionais do ramo, devido a pressão de trabalho.
João Puaty referiu que apesar da lei obrigar as empresas a cuidar da saúde no local de trabalho, muitas ainda se furtam, com maior incidência para as públicas.
O responsável avançou que o número de especialistas nesta área ainda é muito insignificante, manifestando a esperança de ver aumentado quando o empregador perceber que a saúde dos trabalhadores influencia na produção da empresa.
Apontou as doenças respiratórias, crónicas e agudas, como a tuberculose, as musculosa esquelética, as pulmonária e dor do punho, como as que mais se registam, actualmente.VS/MAG