Luanda – O Instituto Angolano de Controlo do Câncer (IACC) detecta, há sete anos , em média, mil 300 casos de tumores malignos (Câncer), informou hoje, quinta-feira, em Luanda, o director geral da instituição, Fernando Miguel.
O responsável, que falava na Conferência de Oncologia, sobre o tema “O Estado da Arte do Tratamento do Câncer em Angola", acrescentou que a patologia ocorre maioritariamente em mulheres, representando 64 % do número, principalmente no colo de útero, mama e linfoma (câncer do sistema linfático).
Apesar dos números serem altos, Fernando Miguel reconheceu que não correspondem à realidade pelo facto de muitos casos não chegarem até ao instituto, por questões de tabus, culturais e familiares, bem como por ser a única instituição do género no país.
Recordou que o instituto trabalha em três vertentes fundamentais, nomeadamente, a prevenção, assistência e a investigação científica, com tratamento de radioterapia, cirurgia e quimioterapia.
O especialista lamentou o facto da doença ainda ser um tabu, o que faz com que a maioria dos casos cheguem já em fase avançada.
Apelou para a necessidade de se prestar maior atenção a esta doença, por forma a se evitar problemas graves no futuro.
Em 2020, lembrou, a Agência de Pesquisa de Câncer da OMS estimava que Angola havia de diagnosticar 20.300 casos ano e que destes 12 mil morreriam, número que até 2040 poderá dobrar.
A instituição atende diariamente cerca de 300 pessoas , para responder a demanda, semanalmente promove consultas de decisão terapêutica com uma equipa multidisciplinar do instituto.
Fernando Manuel anunciou, para breve, a criação de mais duas instituições de tratamento do câncer, nos municípios do Cacuaco e Luanda, bem como avançou ser pretensão do Executivo criar Centros Regionais nas províncias de Cabinda, Malange, Huambo e Huíla.
A Conferência foi promovida pela clínica Golden Care, com o objectivo de identificar estratégias de combate à doença em Angola.
O encontro reuniu especialistas de oncologia angolanos e portugueses para debater e partilhar conhecimentos sobre detecção precoce do cancro, confirmação diagnóstica, tratamento e melhoria de vida dos pacientes.
O participantes debateram cinco temas, nomeadamente, Estado da Arte do Tratamento do Câncer em Angola, Evolução do Tratamento em Oncologia e Multidisciplinaridade, Ensaios Clínicos em Oncologia – Desafios e Oportunidade, Formação em Oncologia e o Cancro na Mídia.
Participaram profissionais e estudantes de saúde, pacientes e seus familiares. ML/ART