Lubango - O Hospital Central do Lubango (HCL) “Dr. António Agostinho Neto” prevê abrir a sala de quimioterapia, em Setembro próximo, para tratar os primeiros seis tipos de cancro mais frequentes, em função do custo dos medicamentos.
Os cancros mais frequentes no HCL são o da mama, da próstata, do cérebro, do colo do útero, da pele, do fígado, assim como o dos brônquios e pulmões.
Actualmente o hospital faz o diagnóstico em todas as suas vertentes, assim como a intervenção cirúrgica, mas não avançou para quimioterapia, que consiste no uso de medicamentos, nem para a radioterapia, que é o uso de radiação para tratamento da doença.
A informação foi avançada hoje, segunda-feira, nesta cidade pela directora-geral do hospital, Maria Lina Antunes, no final de uma visita do secretário de Estado da Saúde para a área Hospitalar, Leonardo Europeu Inocêncio, às novas áreas clínicas de atendimento da unidade sanitária.
A responsável afirmou que a estatística desde Janeiro de 2022 até no final de Dezembro de 2023 já apontava para dois mil 196 casos de cancro e em função dos números há necessidade de começar-se com o tratamento de quimioterapia.
“Vamos abrir uma área de quimioterapia em Setembro, a sala está pronta, mas o equipamento ainda não chegou, vamos abrir a sala para fazer só para os cinco ou seis cancros mais frequentes, porque os medicamentos estão muito caros e nós não temos orçamentos para isso este ano”, reforçou.
A gestora hospitalar augurou em 2025 poder-se-á iniciar a construção de uma estrutura própria, com protecção de raios para fazer-se a radioterapia, pois já há um espaço, faltando financiamento para que possam tratar totalmente na província os doentes com cancro, pois para além da Huíla recebem pacientes do Namibe, do Cunene, do Cuando Cubango, entre outras provinciais.
Referiu que para além dos cancros mais frequentes, como o da mama, o do colo do útero, o da próstata, do fígado, apareceu o do cérebro, que surpreendeu a todos e está a ser reiterado na Huíla, principalmente em crianças, adolescentes e jovens.
Acrescentou que em função de tal tipologia de cancro, o hospital está a investir nas cirurgias de tumor cerebral com mais qualidade, através de um acordo com Coimbra (Portugal), de onde vem um neurocirurgião destacado daquela cidade que opera com os médicos locais para passar a técnica e melhorar os procedimentos.
A unidade, conforme a directora, carece de um neuro-navegador, um equipamento caro, que proporciona mais precisão para a cirurgia cerebral.
Já o secretário de Estado da Saúde para a área Hospitalar, Leonardo Europeu Inocêncio destacou que a referida sala de quimioterapia constitui parte do pólo de formação da extensão dos serviços de oncologia do país. EM/MS