Hospital Central do Lubango ganha sala de quimioterapia

     Saúde           
  • Huíla     Quarta, 15 Fevereiro De 2023    09h21  
Hospital Central do Lubango
Hospital Central do Lubango
Morais Silva - ANGOP

Lubango - O Hospital Central do Lubango está a instalar a sua primeira ala de quimioterapia, que deve ser aberta dentro de três meses, para o tratamento de pacientes com cancro, num investimento suportado pela própria unidade.

A acção surge após o início do registo oncológico de base populacional, iniciado em Janeiro de 2022. Essa será a primeira sala de tratamento da doença na regiao sul do país, que actualmente é forçada a mandar os seus pacientes a Luanda.

A quimioterapia é um dos principais tratamentos utilizados para combater o cancro e baseia-se no uso de medicamentos para destruir as células que formam o tumor, impedindo que a doença espalhe-se.

Em declarações à ANGOP, terça-feira, no Lubango, a coordenadora provincial do registo do cancro na Huíla, Eliane Azevedo afirmou tratar-se de uma sala localizada perto do serviço de gastrenterologia.

“Era uma sala usada para outros fins, dentro do hospital e está a ser adaptada para uma do padrão para este tipo de serviço, com vários compartimentos, desde onde vai se preparar a quimioterapia, o local de espera e onde os pacientes vão receber o tratamento”, explicou.

Declarou que a parte da infra-estrutura está preparada, devendo criar-se condições para prover os fármacos, que são onerosos.

O registo oncológico de base populacional, iniciado em Janeiro de 2022 já alistou 857 casos, no seu primeiro ano de implementação, um projecto financiado pela organização americana Vital Strategies.

Em relação ao projecto, uma equipa internacional, incluindo técnicas da Vital Strategies, liderada pelo coordenador da African Cancer Registry Network (AFCRN) -Rede Africana de Registo de Cancro-, Donald Maxwell Parkin visitou à província, na semana finda para fazer uma avaliação  do projecto que estão a financiar.

Donald Maxwell Parkin avançou que vão continuar a observar os progressos do registo e daqui há seis meses ou um ano, em função dos resultados a obterem, definir-se-á se o cadastro vai fazer parte da Associação Africana de Registo do Cancro.

Mostrou-se preocupado com a falta de um médico oncologista no hospital, para a melhoria do registo por meio do diagnóstico.

Já o responsável da Escola de Oncologia dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa  (PALOP), Lúcio Lara Santos, disse que o que mais preocupa é o facto de os doentes não terem todas as condições de poderem ser tratados localmente.

Referiu que com a sala de quimioterapia que o hospital está a adaptar, é o momento de começar a organizar como vai ser o tratamento desses doentes e reorganizar a vinda dos medicamentos,  no Lubango e espera que até meio do ano esteja tudo pronto para que esteja a funcionar em pleno.

“Podemos esperar que quando essa unidade estiver a funcionar, a maior parte dos doentes possam ser tratados no Lubango, junto aos seus familiares, sem ter de se deslocar e gastar dinheiro em Luanda”, manifestou.

Explicou que a Escola de Oncologia dos PALOP entra no sentido de ajudar a formação das pessoas, através de parcerias com universidades dos países membros, principalmente de Portugal e a nível da Huíla já formou técnicos registadores de oncologia por cinco meses.

A coordenadora do registo do cancro em Moçambique,Tânia Issufo, referiu que o balanço foi positivo deste primeiro ano de implementação do projecto na Huíla, pois os líderes conseguiram alcançar muito dos objectivos que tinham previstos no início.

Referiu que os números apresentados pela província não diferem muito aos da de Maputo, no seu país.

Por sua vez a gerente sénior do programa de registo do cancro da Vital Strategies, Jessica Nan, também mostrou-se satisfeita com os resultados do projecto, cujo objectivo é melhorar a qualidade dos dados e fazer com que  causem impacto na melhoria da saúde.

"Só com esses números é que se pode fazer novas políticas. Melhorar os indicadores de saúde, daí que projectos vem para dar uma força aos países e a longo prazo, os mesmos garantam a sua sustentabilidade", avançou.

Realçou que o apoio em termos de salários aos técnicos que está ser suportado pelo projecto, vai continuar por mais três meses e o ouviram que Governo angolano está preocupado e em absorver esses funcionários para o seu sistema, o que deixou-os satisfeitos.

O hospital central do Lubango iniciou as consultas do cancro em Maio de 2022 com a inauguração do Centro de Oncologia, que faz o diagnóstico da doença e realiza operações. Para além da Huíla recebe doentes do Cunene, Namibe e outras províncias do país.





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