Luanda – Os hospitais gerais do Cuanza-Sul e do Cuanza-Norte, respectivamente Comandante Raúl Diaz Arguelles e Mário Pinto de Andrade, serão inaugurados este ano, anunciou nesta terça-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.
“Nos próximos dias será inaugurado e colocado ao serviço da população o Hospital Geral do Cuanza-Sul, que terá o nome do Comandante Raúl Diaz Arguelles, numa homenagem aos valorosos combatentes cubanos que verteram o seu sangue e deram às suas vidas em prol da luta pela integridade territorial de Angola”, afirmou.
Falando na sessão de abertura do ano parlamentar, o Chefe de Estado frisou que, no próximo mês de Novembro, será inaugurado e colocado ao serviço da população o Hospital Geral do Cuanza-Norte, que terá o nome do intelectual e nacionalista angolano Mário Pinto de Andrade.
Revelou que trabalha-se para que até 2026, o mais tardar, sejam concluídos e entrem em funcionamento o hospital municipal do Porto Amboim, o Instituto de Anatomia Forense, o hospital geral de Mbanza Kongo, o complexo hospitalar Pedro Maria Tonha Pedalé, o hospital geral do Uíge e o hospital Américo Boavida.
A mesma previsão para os hospitais Pediátrico do Huambo, Materno-Infantil da Huíla, de Queimados da província de Luanda, Materno-Infantil de Benguela, Geral da Catumbela e o novo hospital Oncológico em Luanda.
“O investimento que estamos a fazer em infra-estruturas hospitalares modernas, está a permitir melhorar a qualidade da assistência médica de elevada complexidade, nomeadamente nos domínios da cirurgia cardíaca, neurocirurgia e cirurgia ortopédica”, ressaltou.
O Presidente disse que para acompanhar a dinâmica do desenvolvimento tecnológico no domínio da saúde, iniciou este ano o Programa de Implementação da Cirurgia Robótica, com o apoio de uma equipa de especialistas dos Estados Unidos da América.
Por outro lado, precisou que Angola continua a consolidar a aposta no tratamento de pessoas com insuficiência renal, através do aumento da capacidade de prestação de serviços de hemodiálise.
“De 29 serviços em 2023, passamos para 35 em 2024, estando já disponíveis em 13 províncias com capacidade para atendimento humanizado de 3.625 utentes, não sendo mais necessário recorrer ao exterior do país para tratarmos os nossos doentes renais”, adiantou.
Para diminuir o défice que ainda temos e acompanhar o crescimento da rede sanitária, disse que foram admitidos, desde 2017, um total de 46.705 profissionais de saúde das mais diferentes categorias, representando um incremento de 43,6% da força de trabalho.
“Foram enquadrados todos os médicos disponíveis formados no país e no exterior, 80% dos quais foram colocados a prestar serviço nos municípios, numa aposta clara nos Cuidados Primários de Saúde”, acrescentou o Presidente, para quem se deve continuar a investir na qualidade do capital humano, nomeadamente na sua especialização.
Reiterou o plano de especialização de profissionais de saúde, que prevê formar cerca de 38 mil profissionais, com ênfase para a formação de equipas de saúde familiar para os cuidados primários e assegurar os serviços de proximidade.
No último ano concluíram a especialização de 272 médicos, sendo que decorre, este ano, a especialização em enfermagem de 1.498 profissionais.
João Lourenço falou das unidades de saúde que entraram em funcionamento nos últimos tempos.
“Reforçámos as unidades hospitalares de nível terciário, na província do Bengo, com o Hospital Geral do Bengo Reverendo Guilherme Pereira Inglês, na província de Luanda com o Hospital Geral de Viana Bispo Emílio de Carvalho e o Hospital Geral de Cacuaco Heróis de Kifangondo, e na província do Cunene com o Hospital Geral do Cunene General Simione Mukune”, salientou.
Revelou que como resultado do investimento, diminuíram-se as evacuações para o exterior do país pela Junta Nacional de Saúde, melhorou-se os indicadores de saúde pública, os indicadores administrativos de cobertura de vacinação de rotina, reduziu-se os óbitos por desnutrição, aumentou-se em 70 por cento a taxa de sucesso no tratamento da tuberculose, a capacidade de diagnóstico e de tratamento da lepra em 70 por cento e as unidades sanitárias de primeiro nível que realizam diagnóstico e seguimento da hipertensão e da diabetes.
Sobre a malária, que continuar a ser a doença mais notificada no país, disse registar-se uma redução da taxa de mortalidade, passando de 35 mortes por 100 mil habitantes em 2022, para 20 mortes por 100 mil habitantes no primeiro semestre de 2024.
“Estamos também a trabalhar afincadamente para melhorar e aumentar a cadeia de abastecimento de medicamentos, vacinas, reagentes e insumos médicos”, enfatizou.
A rede sanitária é constituída por 3.346 unidades, sendo 3.094 postos e centros de saúde, 173 hospitais municipais, 23 hospitais provinciais, 34 hospitais especializados e 22 hospitais centrais.
Registou-se um aumento de 4.899 camas hospitalares no Serviço Nacional de Saúde, passando de 37.808 camas em 2022 para 42.707 camas em 2024. OHA