Sumbe – O director do gabinete da Saúde na província do Cuanza-Sul, Nelson Camilo, apontou, esta quinta-feira, no Sumbe, os serviços de hemodiálise e de mamografia como os principais ganhos do futuro Hospital provincial “Comandante Raúl Díaz Arguelles”.
Em declarações à imprensa sobre a inauguração da unidade sanitária, prevista para segunda-feira próxima (21), pelo Presidente da República, João Lourenço, disse que o futuro hospital vai trazer serviços de hemodiálises e cortar as longas distâncias percorridas pelos doentes em busca de cuidados em Luanda (mais de 300 quilómetros) e Benguela (150 quilómetros).
Com estes serviços, sinalizou, os pacientes terão a oportunidade de serem tratados localmente, inclusive os que se mudaram para Luanda, capital do país, facto que vai reduzir as despesas com os transporte e alguns riscos que expunham os doentes.
Referiu-se, também, da realização dos exames de mamografia.
O novo Hospital do nível III, com a capacidade para 200 camas, prevê prestar serviços de pediatria, ginecologia obstetrícia, otorrinolaringologia, oftalmologia, cirurgias, ortopedia, cardiologia, cuidados intensivos, imagiologia, e hemodiálise.
O responsável disse trata-se de uma unidade que vem reforçar a humanização dos serviços de saúde, com a componente de hospital/escola, pois vai promover a especialização médica.
Sublinhou que a província do Cuanza-Sul deixará de enviar médicos para fazerem especialidades em outras regiões do país.
A empreitada da unidade sanitária, consignada a uma empresa Suíça especializada em soluções de saúde (PROMED INTERNATIONAL AG-MITOLLI GROUP), ocupa uma área de 4.5 hectares de um global de seis hectares, num investimento de 63 milhões e 180 mil Euros.
Nota do Comandante Raúl Díaz Argüelles
Raúl Díaz Arguelles, nascido em Havana em 14 de Setembro de 1936, morreu em combate na batalha do Ebo (Cuanza-Sul) a 11 de Dezembro de 1975.
Argüelles foi enviado para estudar durante um ano nos Estados Unidos da América, na Academia Militar de Riverside (uma escola privada). Após o período no exterior, retornou a Cuba e ingressou na Universidade de Havana.
Na universidade, juntou-se a Federação de Estudantes Universitários (FEU) que se opõe radicalmente a Fulgêncio Baptista.
A 2 de Janeiro de 1959 (aos 22 anos) Argüelles ostentava a patente de capitão entra em Havana com suas tropas, sendo tratado como libertador.
Em Agosto de 1975, já coronel, Arguelles desembarcou para Luanda com a missão de supervisionar e treinar as Forças Armadas Popular de Libertação de Angola (FAPLA).
Porém, o coronel Arguelles distinguiu-se, em particular, na batalha de Quifangondo, ocorrida a 10 de Novembro de 1975.
Pouco depois, Arguelles dirigiu as suas tropas para o Sul de Luanda e conseguiu travar uma feroz ofensiva contra as tropas invasoras sul-africanas e dos seus auxiliares da UNITA.
Em 11 de Dezembro, consegue emboscar por trás, com uma pequena coluna, a aldeia de Galengo, tomando-a durante a batalha de Ebo.
Porém, os estilhaços de uma mina anti-tanque que explodiu ao passar pela aldeia do Hengo (no município de Ebo) cortaram a artéria femoral do coronel Argüelles que sucumbiu aos ferimentos. LC/ALH