Icolo e Bengo - A secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), Joana Tomás, manifestou-se preocupada esta sexta-feira, com os casos de hematúria (sangue na urina), registados sobretudo em crianças e adolescentes, na localidade do Guimbi, arredores do distrito urbano de Catete.
A revelação do registo de casos de hematúria foi feita pelos moradores do bairro Guimbi, durante um encontro que tiveram com Joana Tomás, à margem da visita de trabalho de dois dias que a delegação da OMA efectua no município do Icolo e Bengo, nos campos agrícolas de mulheres, no âmbito do projecto "Roteiro Kudima".
Com vista ao diagnóstico e rastreio de patologias, a agremiação promoveu uma Feira da Saúde, no bairro Guimbi, onde foram registados 155 casos de hipertensão, quatro pessoas com diabetes entre outras.
O bairro dista a cerca de oito quilómetros da sede municipal, Catete e os moradores locais consomem água imprópria, retirada de lagoas, susceptível de provocar sangue enquanto a criança ou adolescente urina.
Na interação com os moradores, Joana Tomás apelou aos pais e encarregados de educação a manterem-se vigilantes e pacientes em ferver a água para o consumo, enquanto se espera por soluções definitivas.
A responsável registou pacientemente todas as preocupações apresentadas pelos populares, como sejam, a falta de autoridade da autoridade tradicional, má gestão dos bens públicos, dificuldades de acesso à localidade, em tempo de chuva, por causa do terreno argiloso e o deficiente funcionamento da escola e do posto médico.
O projecto Kudima tem por objectivo acompanhar e encorajar as mulheres no meio rural a continuarem a desenvolverem a sua actividade agrícola, com pragmatismo e registar os principais constrangimentos atinentes a actividade que desenvolvem.
Visa igualmente fazer advocacia para que mais mulheres sejam proprietárias de terras, para mais facilmente poderem desenvolver a sua actividade agrícola e sensibilizar as mulheres para a sua participação a nível do Poder Local, através das autarquias.
Mobilizar e sensibilizar as mulheres para a necessidade de se organizarem em cooperativas e associações agrícolas e não só, para melhor poderem aceder ao crédito e outros pacotes financeiros, abordar questões relativas à mulher no meio rural e os cuidados com a saúde reprodutiva da mulher.
Incentivar as mulheres a aderirem às aulas de alfabetização e nas Escolas de Campo, visitas aos projectos da OMA, visitar e reconhecer o contributo das antigas dirigentes do partido e de outras Instituições, fazem também parte dos propósitos do projecto.
A jornada de trabalho do secretariado nacional da OMA prossegue no sábado, em outras cooperativas de mulheres do Icolo e Bengo e tem o fim previsto para domingo, no município da Quiçama. AJQ