Ndalatando - O Governo angolano abriu hoje (segunda-feira), na cidade de Ndalatando, (Cuanza-Norte), a Campanha Nacional contra Doenças Tropicais Negligenciadas, que prevê abranger, nos 164 municípios do país, mais de um milhão de crianças com mais de um ano de idade.
A campanha, aberta a todos os cidadãos com mais de um ano de idade, visa a prevenção da prevenção da Schistosomíase, Oncorsecose e Filiarose Linfática, com a administração de comprimidos de praziquantelp, albendazol e ivermictrina.
A Schistomíase ou esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas adultas habitam os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo (homem) e as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria.
A Oncorsecose é uma doença parasitária crónica também chamada de "cegueira dos rios" ou "mal do garimpeiro", decorrente da infecção produzida pelo nematódeo Onchocerca volvulus, que se instala no tecido subcutâneo das pessoas atingidas.
A Filiarose Linfática (FL), doença parasitária crônica, é causada pelo verme nematóide Wuchereria bancrofti, sendo também conhecida como bancroftose. Sua transmissão se dá pela picada da fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus infectado com larvas do parasito.
São consideradas negligenciadas por não receberem a devida atenção no atendimento médico, no desenvolvimento de medicamentos e de métodos de diagnósticos e nas condições sociais de vida das populações.
De acordo com coordenadora do Programa Nacional de Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas, Maria César de Almeida, a redução da carga parasitária destas enfermidades contribuiria para evitar o cáncer da bexiga, causadas pelo oncosercose e a infertilidade genital feminina.
A vacinação, continuou, evita também o aparecimento de hérnias gigantes e a elefantíase, complicação causada pela filiarose enfática, que muitas vezes é confundida pela população como tala ou um mal causado por forças sobrenaturais.
Explicou que a prevenção é menos onerosa que o tratamento clínico, onde todos os cidadãos são chamados a contribuir para essa acção, uma das prioridades do Ministério da Saúde, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Maria de Almeida precisou que Cuanza- Norte é uma das províncias mais endémicas endémicas do país, em consequência das condições económicas da população, acesso limitado à água limpa, condições precárias de higiene e de saneamento.
Durante cinco anos, informou, o Executivo angolano pretende atingir uma meta de imunidade de 75 por cento para schistosomíases e parasitoses e 80 por cento para oncorsecose e filiarose enfática.
Considerou que, além do Ministério da Saúde que disponibiliza fármacos para o tratamento dessas doenças, que também causam cegueira, é necessário um trabalho multissectorial, para o controlo das mesmas por envolverem várias áreas do sector social da vida.
Pediu a colaboração da população para o êxito da campanha, que visa reduzir a carga parasitária destas enfermidades.
A vice- governadora para o Sector Político, Social e Económico, Luzia da Silva José, que presidiu o acto de abertura da campanha, exortou o empenho dos órgãos das administrações locais para o êxito da campanha.
Informou que na província do Cuanza- Norte serão imunizadas 420 mil 833 cidadãos e estão mobilizados 611 imunizadores.
ANGOP/EFM/IMA