Dundo – A governadora da Lunda-Norte, Deolinda Satula Vilarinho, disse esta segunda-feira, estar preocupada com o índice de transmissão dolosa do VIH/SIDA, cujas vítimas são maioritariamente adolescentes e jovens, um facto que coloca a província entre as quatro com maior número de portadores do vírus.
No encontro com o Instituto Nacional de Luta contra o VIH/SIDA e a Organização Mundial da Saúde, a governadora denunciou que muitos adultos têm estado a transmitir de forma dolosa o vírus a adolescentes e jovens, um facto cuja responsabilização depende muito da cultura de denúncia por parte das vítimas.
Por isso, apelou às famílias no sentido de denunciarem casos do género, para que os prevaricadores sejam responsabilizados civil e criminalmente.
“Há adultos que sabem que são portadores do vírus, mas se envolvem com adolescentes sem o mínimo de prevenção, transmitindo de forma dolosa o vírus e não são responsabilizados porque não são denunciados”, frisou.
Apelou às organizações filantrópicas, igrejas e as autoridades tradicionais a ajudarem o Governo na disseminação de informações sobre as formas de transmissão e tratamento do vírus, bem como a divulgação do da Lei que penaliza a infecção dolosa.
Angola tem um registo de 310 mil pessoas a viverem com o VIH/SIDA, onde a Lunda-Norte aparece entre as quatro províncias com maior índice da doença.
Deste número, 190 mil são mulheres, cuja cobertura em tratamento antirretroviral ainda é baixa, ou seja, 49 por cento em adultos e 22% em crianças.
Na Lunda-Norte com cerca de 7 por cento das 310 mil pessoas a viverem com o vírus no país, 50% dos doentes que vão aos tratamentos são adultos.
Os dados do último inquérito, realizado em 2023, revela que “as crianças na província da Lunda-Norte estão a contribuir muito para novas infecções do VIH” e 65% por cento de jovens dos 15 aos 24 anos de idade, portadores do vírus, estão naquela circunscrição do país (Lunda-Norte). A incidência de novos casos em crianças na Lunda-Norte é de 0.6 por cento.
O município do Lucapa está entre os dez municípios do país com maior incidência entre adolescentes e jovens e o Chitato comporta maior prevalência em mulheres gestantes. VL/HD