Ondjiva – Duzentas e trinta e cinco gestantes, das 443 diagnosticadas com VIH/Sida, aderiram ao programa de Prevenção da Transmissão Vertical (PTV) da doença de mãe para filho no âmbito da campanha “Nascer livre para brilhar”.
A campanha "Nascer Livre para Brilhar” é uma iniciativa da União Africana, da Organização das Primeiras-Damas Africanas e de parceiros, para abordar a crescente complacência na resposta à SIDA em África.
Em Angola, a campanha foi lançada em 2018, na cidade do Luena, província do Moxico, pela Primeira-Dama de Angola, Ana Dias Lourenço, e tem como objectivo reduzir o número de novas infecções por VIH em mulheres com idade reprodutiva, prevenir a transmissão do vírus de mães para filhos, e garantir que as crianças nascidas neste contexto recebam o tratamento e tenham o acompanhamento que as proporcione uma vida saudável.
Em declarações hoje, quarta-feira, à ANGOP, a coordenadora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida no Cunene, Cândida Alcina destacou, ainda em 2021, a realização de 440 partos institucionais, dos quais 110 seropositivas.
Em 2020, foram diagnosticadas 428 grávidas, destas 378 entraram no programa de prevenção de transmissão de mãe para filho, e foram realizados 564 partos institucionais.
No mesmo período acompanharam 550 crianças expostas, onde tiveram o registo de 72 crianças infectadas e 189 recém-nascidos tiveram um desfecho negativo.
Já no primeiro ano da implementação do programa, em 2019, foram diagnosticadas 387 grávidas positivas, das 453 mulheres que tiveram acompanhamento. Foram realizados 392 partos institucionais, destas 523 crianças nascidas de mães seropositivas, com 248 crianças com testes negativos.
Cândida Alcina apelou as mulheres grávidas a aderirem ao programa, bem como às que estão em seguimento a cumprirem com a medicação para não porem em risco a sua saúde e a do bebé.
A responsável explicou que a nível da província, a taxa de prevenção passou de 32 por cento em 2019, para 39 por cento este ano.
A província do Cunene actualmente tem uma taxa de incidência e de prevalência do HIV/SIDA fixada em 6,1 por cento de novas transmissões, considerada a maior taxa de seroprevalência do país.
Subdividido em quatro eixos, o primeiro e segundo pontos definem a prevenção primária da doença, o programa de corte de transmissão vertical, tratamento pediátrico e assistência continuada.
O terceiro diz respeito ao seguimento do tratamento dos doentes, com medicamentos suficientes, a partir dos postos, centros e hospitais de referências. O quarto eixo visa a mobilização de meios e bens de primeira necessidade, para apoiar os pacientes com HIV/SIDA.
Por sua vez, as mulheres gestantes enalteceram os benefícios do programa Nascer Livre para Brilhar, no tratamento e redução da transmissão do vírus do HIV/Sida de mãe para filho.
No Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária (CATV), do Hospital Geral de Ondjiva, Balbina Edulualungi, reconheceu que o projecto veio para reforçar o tratamento e valorizar desde a mãe e o filho, por merecerem um seguimento médico eficaz.
Afirmou que os serviços prestados às gestantes desde a fase inicial da gestação e o término na maternidade, para o parto institucional, são vantajosos uma vez que impedem a transmissão do vírus do VIH/Sida de mãe para filho.
Por sua vez, Fornada Ndemutela disse que o programa está despertar a importância ao tratamento da doença, bem como ajudar as mães a terem um acompanhamento médico, que contribui para a sua saúde.
A beneficiária lembrou ainda que na consulta pré-natal, a gestante é obrigada a apresentar o resultado do teste do VIH/Sida, caso seja positivo, é aconselhada e acompanhada até a fase do parto institucional, realizado na unidade sanitária.
Manifestou-se satisfeita com os serviços prestados à gestante, desde a fase de aconselhamento sobre o uso de forma correcta da medicação para fazer efeito tanto a mãe e o recém-nascido.