Luanda - Setenta por cento dos 105 milhões de dólares americanos disponibilizados pelo Fundo Global para serem usados até 2024, já foram usados em acções de combate ao HIV, malária, tuberculose e Covid-19, fez saber o gerente sénior de Portfólio de Fundos, Joshua Galjour.
O responsável, que falava esta terça-feira, em Luanda, à saída de um encontro com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, sublinhou que o montante para o período 2021-2024 teve como destino particular as províncias de Benguela e Cuanza Sul.
O financiamento para a malária visa diminuir o número de mortes para 19 por cada 100 habitantes e a taxa de positividade para 35% até 2023, garantir que pelo menos 90% da população de Benguela e Cuanza Sul usa redes mosquiteiras impregnadas com insecticida de longa duração, bem como a testagem e tratamento de 100% dos casos suspeitos de malária.
No que toca à tuberculose, o objectivo é diminuir a incidência para 320 por 100 mil habitantes e a taxa de mortalidade para 40 por 100 mil habitantes até 2023.
Já para o VIH, trata-se de manter a taxa de prevalência em torno dos 1,1% na população em geral e diminuir a percentagem de novas infecções em crianças de mães soropositivas para 4% até 2023.
A subvenção visa também reduzir o número de novas infecções entre as populações vulneráveis e aumentar a cobertura do tratamento antirretroviral.
O financiamento prevê, igualmente, serviços de apoio ao combate à Covid-19, como o fornecimento de equipamentos de protecção individual para trabalhadores de saúde, serviços comunitários, testes e outros produtos de diagnóstico e equipamentos de oxigénio para os casos graves.
Salientou que o encontro visou discutir os progressos, resultados e desafios da implementação das actividades financiadas, acrescentando que em todo o mundo, a resposta a estas patologias se torna cada vez mais difícil, por isso estão a acompanhar Angola nesta problemática, sobretudo na pandemia da Covid -19.
O Fundo Global já disponibilizou mais de 22 milhões de dólares americanos para a compra de diagnósticos da Covid-19 e para reforçar o sistema de saúde.
“Durante os 10 dias da nossa permanência estamos a falar com as autoridades provinciais sobre a situação epidemiológica das três endemias, nomeadamente o VIH, Malária e Tuberculose“, frisou.
Na ocasião, a ministra da saúde, Sílvia Lutucuta, reiterou o compromisso de Angola no combate às referidas endemias, referindo que deve-se continuar a investir no diálogo permanente, e se ter uma perspectiva para o uso de novas tecnologias que ajuda a melhorar a cadeia logística, a gestão de dados, bem como apostar na formação do recursos humanos.
"Estamos bastante engajados, apesar de que deveria ser mais abrangente para suprir outras necessidades relacionadas ao material de diagnóstico e outros que fazem parte do leque legíveis e não legíveis", salientou.
Salientou estar em curso um concurso público para aquisição de 10 milhões de rede mosquiteiras.
Angola torna-se um país prioritário pelo Fundo Global e ainda este ano deverá receber uma carta de alocação para divulgação dos montantes disponíveis para a luta contra essas doenças, de 2024 até 2027.