Benguela – Sete mil e quatrocentos e trinta e um candidatos, dos 28.596 inscritos para o concurso público da Saúde, na província de Benguela, estão excluídos dos exames, por falta de documentos, soube hoje a ANGOP.
Ao todo, 415 vagas para a carreira médica, assistente social, apoio hospitalar, técnicos de diagnóstico e terapêutica e de enfermagem foram abertas em Benguela, no âmbito do concurso de ingresso na Saúde.
Entretanto, o director do Gabinete Provincial de Saúde em Benguela, António Cabinda, admitiu que alguns processos de candidatos excluídos já estariam a ser revistos, numa altura em que 21.615 inscritos estavam habilitados para os exames, que acontecem entre quinta a sexta-feira.
Em conferência de imprensa para explicar o critério para exclusão de candidatos das listas dos exames, o director António Cabinda disse que no portal online do Ministério da Saúde inscreveram-se, inicialmente, 28.596 cidadãos, dos quais 7.431 excluídos, por não reunirem os requisitos exigidos pelo júri nacional.
Na base da rejeição dos 7.431 candidatos, a fonte aponta principalmente a falta de documentos de inscrição na Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA) e, em alguns casos, a formação académica incompatível com a vaga de enfermagem ou a não apresentação do certificado da vacina de reforço da Covid-19.
Contudo, explicou que os 7.431 ainda tiveram a oportunidade de corrigir as falhas no período de reclamação, em finais de Julho, mas ficaram de fora porque não supriram a insuficiência de documentos no sistema de cadastramento online.
Em sentido inverso, adiantou que mil outras candidaturas terão sido validadas, após apresentarem os documentos complementares, o que elevou para 21.615 o número de apurados para os exames desta quinta e sexta-feira.
“Há duas candidatas que apresentaram reclamação. Fomos ao portal para certificar e as duas inscreveram-se nas províncias do Cuanza Sul e da Huíla”, revelou o director Cabinda, para quem há candidatos que solicitaram a carteira profissional na Ordem dos Enfermeiros já fora do período normal de inscrição para o concurso.
Como alguns candidatos excluídos escreveram directamente para o Gabinete Provincial de Saúde de Benguela, aquele responsável diz que 50 a 70 processos estão a ser revistos caso a caso.
“Se houver alguma falha da nossa parte na observação destes documentos, temos, sim, a responsabilidade de dar a sequência ao processo do candidato e remeter ao júri nacional”, conclui.
O director do Gabinete Provincial de Saúde defendeu, por outro lado, a fiabilidade do portal online do Ministério da Saúde, garantindo que pode ser auditado e que o sector está aberto ao diálogo com quem se sentir injustiçado, mas na base da urbanidade.
Candidatos relatam falhas do sistema
Alguns candidatos excluídos dos exames de acesso do concurso público encontram-se, nos últimos dias, concentrados em frente ao Gabinete Provincial de Saúde em Benguela, e exigem das autoridades uma resposta.
Joaquina Abel é uma das candidatas que procura compreender as razões pelas quais o seu nome não aparece na lista dos exames, uma vez que, como garante, terá apresentado todos os documentos.
A cidadã, visivelmente agastada, diz ter sido afastada do concurso por erros do portal, isto porque enviou uma cópia “scaneada” do seu certificado da terceira dose da vacina da Covid-19.
Em situação idêntica está Lúcia Mendes que não entende porque o portal online não acusa a recepção da cópia da carteira profissional da Ordem dos Enfermeiros de Angola, que afirma ter inserido com sucesso.
Actualmente, a província de Benguela conta com 7.763 profissionais no sector da Saúde, dos quais 472 médicos e 4178 enfermeiros.