Luanda - O médico epidemiologista Eusébio Manuel exortou, esta sexta-feira, em Luanda, as comunidades a seguirem as recomendações das autoridades sanitárias sobre as medidas de prevenção da Varíola dos Macacos, sobretudo nas zonas fronteiriças com a República Democrática do Congo (RDC).
A Varíola dos Macacos é uma doença rara provocada por um vírus que causa sintomas como calafrios, dores musculares, cansaço excessivo e o aparecimento de bolhas e feridas na pele.
A transmissão da enfermidade pode acontecer através do contacto próximo e prolongado com as feridas e secreções respiratórias liberadas pela pessoa infectada ao tossir ou falar.
A doença, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, provocou 537 mortes na RDC desde o início de 2024, dos mais de 15 mil casos suspeitos notificados.
Segundo o especialista, que falava à ANGOP, os riscos da doença entrar no país são elevados, razão pela qual todas as medidas de protecção individual devem ser rigorosamente observadas, em prol do bem-estar das populações.
Estas medidas, disse, consubstanciam-se na lavagem frequente das mãos com água e sabão ou desinfectar com álcool gel e usar luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais nos procedimentos de abate.
De igual modo, deve-se evitar o contacto físico com pessoas que apresentem os sinais e sintomas acima referidos, bem como materiais e utensílios por eles usados, não caçar, nem comer a carne de macacos e roedores e evitar a exposição directa ao sangue destes animais.
Em relação aos sintomas, Eusébio Manuel explicou que se apresentam, inicialmente, lesões na pele nas regiões do rosto e planta dos pés, expandindo-se pelo corpo nos estágios mais avançados.
“Estamos a falar de doenças com os mesmos sinais e sintomas que o sarampo, sarna e rubéola. Por isso, é preciso que a pessoa dirija-se a uma unidade sanitária mais próxima para que possa descartar ou confirmar um eventual caso”, realçou.
Na ocasião, o especialista enalteceu as medidas implementadas pelo Executivo para a prevenção da doença e de resposta rápida de um provável surto no país.
“A minha avaliação sobre as medidas do Executivo para a contenção do surto é muito positiva, pois foram elaboradas técnicas normativas extensivas a nível nacional, acções de capacitação de profissionais de saúde, entre outras”, acrescentou.AB/MCN