Menongue - O director da maternidade provincial do Cuando Cubango, Fernando Vicente, advogou, quinta-feira, a necessidade da conjugação de esforços para a transformação do aleitamento materno como estratégia de saúde comunitária, visando o bem-estar das crianças.
Em declarações à ANGOP, no âmbito do 1 de Agosto, dia consagrado mundialmente ao Aleitamento Materno, Fernando Vicente realçou que a ideia é contrariar a visão de que as instituições esperem pelos utentes, mas incentivar as mães , para garantir ao bebé aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses.
Explicou que, no quadro da implementação da referida estratégia, a utente é acompanhada desde a primeira consulta até a realização do parto, assegurando que receba alta depois de fazer o registo da criança, do seu domicílio e fazer o seu seguimento na consulta pós parto, na consulta da puericultura no decurso de seis meses.
Essa estratégia obriga a que a instituição se desloque à comunidade.
Para tal, "contamos não só com alguns técnicos da maternidade provincial, mas temos as parteiras tradicionais que são um elemento fundamental e parceiras nossas, as organizações da sociedade civil e distintas organizações de mulheres, igrejas e activistas sociais”, sublinhou.
Nestes termos, afirmou, será possível saber na comunidade o número de mulheres que têm bebé, o quadro da amamentação, dificuldades e depois ceder um quite como prémio à mãe que apresentar o melhor exemplo para a multiplicação da mensagem, dando corpo a iniciativa da estratégia de saúde comunitária.
Sobre as vantagens do aleitamento materno, realçou que, para além de ser um meio de sobrevivência natural é, sobretudo, o elemento no qual pode repercutir a oportunidade para a sobrevivência do novo ser e prevenir outros males que possam ocorrer.
Segundo o médico, as vantagens do aleitamento materno são comprovadas cientificamente, mas devem se entrelaçar com os elementos naturais para a sua melhor valorização, enquanto meio de alimentação natural, bem como para salvaguardar o calor e empatia que a mãe pode transmitir.
“Levar a mensagem a todos de que o aleitamento materno é extremamente fundamental porque é a oportunidade onde o afecto entre mãe e filho encontra a componente natural que pode transcender para o futuro. A criança será saudável em função do que receber da mãe nos primeiros momentos de vida”, referiu.
Notou que toda a mãe que tem a oportunidade de amamentar o bebé acumula ganhos desde o ponto de vista pessoal com a prevenção do cancro da mama e do ponto de vista da saúde psico-emocional.
Conforme o responsável, o compromisso deve ser a salvaguarda deste binómio, garantir com que haja condições de maternidade segura, num alinhamento já existente, quer a nível central, a partir do Ministério da Saúde, a nível dos governos provinciais, quer a nível das instituições de apoio.
O especialista em ginecologia e obstetrícia fez saber que maioritariamente as mães que acorrem a sua instituição têm idades compreendidas entre os 14 e 19 anos, por isso a estratégia de planeamento familiar cinge-se na sensibilização para que estejam mais preparadas, garantindo maternidade segura para o futuro risonho das crianças.
Informou que neste momento a maternidade está a reforçar o quadro de acção do gabinete do utente para não só ouvir as reclamações, mas também receber as sugestões que venham a aconselhar e melhorar o atendimento na perspectiva da humanização, eficácia e qualidade do atendimento.
Enalteceu a parceria dos órgãos de comunicação social, com destaque à ANGOP no complemento da divulgação e sensibilização, garantindo a informação para práticas saudáveis e mudança de comportamento para a adopção de uma saúde cada vez melhor.
O 1 de Agosto é comemorado mundialmente como o Dia da Amamentação. O foco da data está na importância do leite materno como o principal e mais completo tipo de alimentação para os bebés. MSM/ALK/FF