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Doentes com insuficiência renal iniciam tratamento no Cunene

     Saúde              
  • Cunene • Quinta, 01 Agosto de 2024 | 10h21
Pacientes em atendimento no hospital geral do Cunene”General Simione Mucune “
Pacientes em atendimento no hospital geral do Cunene”General Simione Mucune “
Luisa Henriques-ANGOP

Ondjiva – Pacientes com insuficiência renal que residiam na cidade do Lubango, provínci da Huíla, regressaram quarta-feira ao Cunene, para darem continuidade ao tratamento médico no centro de hemodiálise do novo Hospital Geral "General Simione Mucune”.

Trata-se de sete doentes que serão submetidos ao processo de diálise no centro de hemodiálise com capacidade para 12 camas, cujos serviços estão a ser assegurados por dois médicos e 10 enfermeiros.

Em declarações à ANGOP, o paciente Filipe Kanyanaga, de 34 anos de idade, informou que padece de insuficiência renal desde 2013, e seguiu para a província de Luanda no sentido de ser submetido a tratamento no Hospital Militar Principal.

Com a abertura deste serviço, na Huíla, mudou-se para o Lubango, em 2019, passando por muitas dificuldades financeiras para suportar os encargos do arrendamento de residência, alimentação e transporte.

Disse que 11 anos depois, regressa à província do Cunene para dar continuidade ao tratamento de diálise, pelo que enalteceu o investimento do Executivo angolano no sector da Saúde.

Por seu turno, João Baptista, de 51 anos, também manifestou-se alegre por estar a fazer o tratamento em casa e junto da família, realçando que durante sete anos teve várias dificuldades para manter a sua saúde estável.

O paciente disse ser um hipertenso crónico e que no decorrer de uma consulta na Huíla foi diagnosticado com ureia alta e transferido para Benguela, onde iniciou o tratamento de diálise.

A abertura desse serviço de especialização no Cunene é de grande valia para a população local, que deixa de ter custos adicionais e sobretudo passa a estar próximo da família, segundo o paciente.

Para Virgínia Ndayambekwa, de 60 anos de idade, diagnosticada com a doença no hospital de Oshakati, Namíbia, o tratamento foi bastante oneroso pelo que, depois de um ano, preferiu fixar a sua residência no Lubango em 2022.

Afirmou que a abertura do hospital será um alívio para várias famílias, por agregar especialidades que darão respostas a vários problemas.  

Rogério Nascimento, outro paciente, admitiu que este investimento demonstra uma grande preocupação do Executivo em resolver as reais necessidades dos angolanos, e que tudo passa pela melhoria das condições no sector da saúde, para a salvaguarda da vida

"É um grande ganho não só para o Cunene, mas também para as províncias vizinhas", sustentou.  

Valências do Hospital Geral de Ondjiva

A nova unidade sanitária projectada para 220 camas vai prestar vários serviços como pediatria, obstetrícia, endoscopia, biologia, oftalmologia, estomatologia, urgência,  cirurgias, raio X, TAC e psiquiatria.

Com 26 blocos, terá quatro unidades de internamento, igual número de blocos operatórios, unidade de hemodiálises com 12 cadeiras, banco de sangue, internamento psiquiátrico, endoscopia, biologia e oito residências para médicos.

O hospital, construído numa área de 60 mil metros quadrados, no período de três anos, desde Maio de 2021, localiza-se no bairro de Naipalala,  na cidade de Ondjiva, e ficou orçado em 52 milhões de euros, incluindo o apetrechamento.

Dados do antigo hospital

A infra-estrutura substituirá o antigo Hospital Geral de Ondjiva, afectado, em Outubro de 2020, por um incêndio que danificou completamente a área de cirurgia e o posto de armazenamento de oxigénio.

O incêndio deflagrou por volta das 22h00, tendo como origem um curto-circuito no equipamento instalado no telhado do bloco operatório, fazendo explodir as botijas de oxigénio.

Desde o incêndio, os serviços do Hospital Geral de Ondjiva e os 200 pacientes que se encontravam nele internados foram transferidos para o Hospital Municipal do Cuanhama, com capacidade para 70 camas, localizado no bairro do Ekuma, arredores da cidade de Ondjiva.

A ocorrência dificultou em grande medida a assistência dos pacientes, por se tratar da única unidade de referência na região, devido aos danos materiais causados.

Construído em 1934, o Hospital Geral de Ondjiva é o maior na província do Cunene. Com capacidade de internamento de 250 camas, beneficiou, em 2014, de uma intervenção de melhorias e ampliação.

A unidade conta com sete naves ligadas ao internamento, pediatria, maternidade, bloco operatório, banco de urgência, laboratório de microbiologia, sala de Tomografia Axial Computorizada (TAC), farmácia e salas de espera.

A província do Cunene dispõe de uma rede sanitária composta por 158 unidades das quais seis hospitais municipais, um missionário, 44 centros, 109 postos, perfazendo um total de mil e 941 camas. PEM/LHE/PA





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