Huambo – O aumento exponencial de casos de malária em Angola impõe novos desafios na gestão da situação epidemiológica da Covid-19, disse hoje, quinta-feira, no Huambo, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Em declarações à imprensa, no cumprimento da jornada de trabalho de cinco dias a esta província, disse que a superlotação que se regista nas unidades sanitárias, devido à malária, vem contrariar as medidas de prevenção e combate à pandemia da Covid-19.
Esta situação, conforme o responsável, tem obrigado os pacientes a partilhar camas nas unidades hospitalares, por insuficiência de espaços, uma realidade que contrasta com as orientações e as medidas de prevenção e contenção da gripe pelo novo Coronavírus, por comprometer o cumprimento do distanciamento físico.
Nesta conformidade, Franco Mufinda referiu que o Ministério da Saúde está preocupado com a situação, daí a razão de continuar a tomar medidas para evitar que a malária interfira, de forma negativa, no agravamento do quadro epidemiológico da Covid-19 no país.
Sustentou que estão a ser mobilizados especialistas e materiais, para contribuírem no rápido tratamento dos pacientes, assim como no reforço das medidas de prevenção da doença nas comunidades, com foco no rastreio dos doentes internados, com testes de Covid-19, para permitir o isolamento físico social exigido, sobretudo para os casos positivos.
Franco Mufinda anunciou, igualmente, a melhoria do funcionamento das unidades sanitárias da periferia, visando a diminuição do fluxo de pacientes nos hospitais de referência.
O secretário de Estado apontou, além da malária, a tuberculose como sendo outra enfermidade que carece de maior atenção na gestão de casos da Covid-19, tendo em conta o quadro epidemiológico que apresenta a nível do país.
Franco Mufinda considerou “bastante crítica” a situação epidemiológico da Covid-19 na província do Huambo, com um registo acima dos 100 casos de circulação da variante inglesa, numa altura em que tem uma taxa de mortalidade de 3.3 por cento, enquanto a nacional é de 2.2 por cento.
Esta região do Planalto Central de Angola, habitada por dois milhões, 519 mil e 309 habitantes, apresenta um quadro epidemologico da Covid-19 com mil e 487 infecções, mil e 40 recuperados, 58 óbitos e 392 em tratamento institucional e domiciliar.