Benguela – O bispo da Diocese de Benguela, Dom António Jaka, defendeu, esta quarta-feira, o uso de meios tecnológicos para se evitar ajuntamentos desnecessários e prevenir a Covid-19.
O prelado católico, que falava à ANGOP, manifestou a sua preocupação pelo incumprimento das medidas de biossegurança, por parte dos cidadãos, adiantando que os meios tecnológicos de comunicação permitem, nos dias de hoje, conversar e visualizar familiares, sem qualquer contacto físico.
“Hoje, podemos conversar, festejar, brindando cada um com a sua taça, através dos meios tecnológicos, garantindo melhor segurança no seio familiar e evitando o contágio”, exortou o bispo.
Segundo disse, é bastante preocupante, não só em Luanda, a forma como as pessoas levam a vida de forma normal, deixando de observar as medidas de prevenção do coronavírus.
“É notório o não uso de máscaras faciais pelos cidadãos, os ajuntamentos em determinados ambientes, como os festivos, o que denota muita irresponsabilidade”, explicou.
Dom António Jaka defendeu ainda a necessidade de cada cidadão estar consciente da necessidade de cuidar de si próprio, porque corre perigo de maior propagação da doença e das respectivas variantes.
Por outro lado, advogou ser preciso desmistificar que a vacina veio para acabar com a pandemia, imunizando as pessoas, e não o contrário.
Na mesma senda, disse que o país não tem recursos suficientes para atender um crescimento exponencial de doentes, por isso a sociedade deve pautar por comportamentos exemplares que influenciem a redução significativa de casos e, sobretudo, de óbitos.
Dom António Jaka enfatizou a situação que se vive em países mais desenvolvidos, em que se regista um aumento de casos de Covid-19, pelo facto dos cidadãos não estarem a acatar as medidas impostas pelas autoridades sanitárias.
“Ainda é notório ajuntamentos em filas de instituições bancárias, praças e óbitos, daí a grande responsabilidade dos órgãos de defesa e segurança, da saúde e sociedade civil, dando o máximo para se inverter o actual quadro, bastante preocupante”, referiu.
Questionado sobre as constantes manifestações políticas que reúnem aglomerados de pessoas, o prelado disse que quem realiza uma mega manifestação também é responsável pela segurança das pessoas.
“É possível realizar uma marcha cumprindo o distanciamento, mas tudo depende do bom senso e as novas medidas do Decreto Presidencial sobre a situação de calamidade pública surgem de forma acertada”, considerou.
A Diocese de Benguela registou, desde o início da pandemia, a morte de um sacerdote por Covid-19.
Entretanto, a maior parte do clero na província já beneficiou da primeira fase de vacinação.
Angola regista nos últimos dias um aumento acentuado de casos de Covid-19, incluindo das variantes inglesa e sul-africana.