Cuito – O Centro Ortopédico e Reabilitação Física do Cuito, província do Bié, aumentou os níveis de atendimentos nos últimos dois meses, de 80 para 120 pacientes/dia, em virtude da entrada em funcionamento de um novo bloco.
Na maior parte, os pacientes apresentam fracturas ósseas, como consequência de acidente de viação, deflagração de engenhos explosivos, Acidente Vascular Cerebral (AVC), osteoartrites, amputações, bem como sequelas de poliomielite e deformidade congénitas.
Em declarações hoje à ANGOP, o director do centro, Amândio Malangue, fez saber que, ao longo do ano de 2022, a unidade produziu 222 próteses para membros inferiores, mais 17 em relação ao ano anterior.
Na mesma época, 309 pacientes com deficiência nos membros superiores foram aparelhados com órtoses, mais 54 comparado com 2021.
A instituição distribuiu também 52 cadeiras de rodas, bem como assistiu nove mil e 210 pessoas, entre crianças e adultos, com deficiências naturais e artificiais.
Esta unidade assiste igualmente pessoas das províncias do Moxico, Cabinda, Huambo, Huíla, Benguela, Malanje, Lunda Sul e Norte.
Pacientes falam em evolução
Esperança Sebastião, vindo da província de Luanda, com problemas nos membros inferiores, disse estar a evoluir satisfatoriamente com as fisioterapias.
De 30 anos de idade, conta que sofreu um acidente de viação na capital do país há quatro meses e não via a sua situação melhorar, por conta da burocracia no atendimento médico em Luanda.
Por indicação de um familiar, decidiu fazer tratamento no Bié, onde já se encontra pouco mais de um mês, com resultados muito bons.
Já Marcelino Chipongue, da província da Huila, encontra-se com a filha no Cuito para tratamento na coluna.
De 13 anos, a menina tem desvios de coluna, uma situação que já dura há muito tempo.
Devido à insuficiência de meios na província onde reside, o pai diz que optaram por Bié, em função de algumas referências que foram recebendo.
Diz estarem na capital biena há dez dias e os resultados já são animadores, embora faltarem ainda alguns exames por fazer.
Albertina Silva, também de Luanda, informou que sente dores nas pernas há já uns dois anos, que o fazem locomover com dificuldades.
Segundo a senhora de 65 anos de idade, aproveitou a estadia nesta cidade, onde se encontra há um mês a acompanhar um dos filhos também adoentado, para fazer as respectivas consultas, já que na capital do país há muita enchente.
Depois dos exames feitos, está a aguardar para começar a fase de fisioterapia, uma vez estar ainda com a tensão muito alta.