Benguela – Pelo menos cinquenta trabalhadores, maioritariamente do sector privado, são atendidos diariamente pelos serviços de medicina ocupacional da Centralab, Clínica Dr. Hugo Azancote de Menezes, visando prevenir doenças ocupacionais, soube a ANGOP.
Doenças ocupacionais são complicações de saúde que os trabalhadores podem apresentar devido às condições de trabalho ou à atividade profissional.
Elas podem afetar a saúde física e mental, impactando a qualidade de vida e a capacidade de trabalho dos trabalhadores.
Algumas das doenças ocupacionais mais comuns são lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, (DORT), problemas de visão, antracose pulmonar, perda auditiva, doenças psicossociais e problemas na coluna.
A informação foi avançada pela CEO da Centralab e especialista em medicina do trabalho, Aida de Menezes, à margem das Primeiras Jornadas Nacionais de Medicina Ocupacional, a decorrer esta quinta-feira, em Benguela.
Para Aida de Menezes, os trabalhadores atendidos na instituição são, na sua maioria, provenientes da indústria petrolífera e do gás, devido à exposição ao risco de doenças respiratórias pela natureza da sua actividade.
Conforme a especialista, essas empresas são um grande exemplo no que diz respeito ao cumprimento das normas e dos regulamentos a nível da prevenção das doenças profissionais.
Também dá conta do aumento da procura dos serviços, nos últimos tempos, sobretudo por parte das empresas multadas e punidas pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), pelo facto de não cumprirem com os requisitos a nível da prevenção.
Nesse contexto, a especialista aconselha as empresas a investirem sobremaneira na prevenção, nomeadamente no uso de equipamentos de protecção individual para proteger os trabalhadores face ao risco da sua actividade profissional.
Porém, enaltece a forma como a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) e a IGT tem levado a cabo o seu trabalho inspectivo junto das empresas sobre o trabalho seguro,
“Tanto que estas jornadas são feitas para que as outras indústrias sigam o exemplo da indústria do petróleo e gás”, disse, apelando ao sector agrícola para que desenvolvam a cultura da prevenção.
De igual modo, realçou que as grandes empresas foram convidadas para estas jornadas para ouvirem o que é a medicina ocupacional.
Directrizes
Numa organização da Centralab, o evento junta, no Centro Sócio-Pastoral Dom Armando Amaral dos Santos, na cidade de Benguela, profissionais da área, gestores públicos e entidades governamentais, que irão propor e discutir directrizes e recomendações para implementação de políticas públicas no segmento da medicina ocupacional.
Sob o lema “Olhar de forma global o trabalhador como elemento central de uma unidade económica e produtiva”, o encontro tem um painel de dez oradores, que irão partilhar o seu conhecimento e experiência, ajudando a moldar um futuro mais seguro e saudável para os trabalhadores em Angola.
De entre os prelectores destaque para Aida de Menezes, CEO da Centralab e especialista em medicina do trabalho, Rui Capo - médico do trabalho na Clínica Multiperfil, formador e pesquisador em saúde ocupacional, Mário Tavira - inspetor do trabalho, e João Puaty - presidente do Colégio de Especialidade de Medicina do Trabalho.
Dominam as atenções três mesas, nomeadamente “Declaração de Doenças Profissionais na óptica dos Médicos do Trabalho”, “Testemunho real – Doenças Profissionais existentes em Angola” e “Idoneidade e Credibilidade no Exercício da Saúde Ocupacional”.
A agenda também reserva apresentação do novo Decreto Presidencial 179/24 sobre Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho, além da abordagem sobre o “Código de ética internacional de Medicina de Trabalho e Convenção 161 da OIT” e “Doenças Profissionais – Como se declaram?”.
Uma das clínicas credenciadas para o exercício da medicina do trabalho no país, a Centralab nasceu em Luanda, em 2015, e expandiu a sua actividade para Benguela, em Abril de 2024. JH/CRB
