Menongue - Noventa e sete crianças, dos seis aos nove meses, morreram em consequência da má nutrição severa no Cuando Cubango, em 2022, contra 134 óbitos do ano de 2021.
Durante o ano passado foram diagnosticados nove mil 847 casos de má nutrição, contra 16 mil 783, de 2021.
Em declarações hoje, quinta-feira, à ANGOP, o supervisor provincial do programa de má nutrição no Cuando Cubango, Inácio Cativa, apontou como principal causa de mortes a chegada tardia das crianças nas unidades hospitalares.
Quanto à doença é provocada por desmame precoce, falta de consumo de produtos nutritivos, entre outras.
Inácio Cativa explicou que a redução, quer de mortes quer de casos de má nutrição, resulta da intensificação de campanhas de sensibilização dos pais e encarregados de educação sobre educação nutricional, num total de 121 palestras que beneficiou um total de 13 mil 916 progenitores.
O responsável assegurou que em todas as unidades sanitárias do Cuando Cubango existe um técnico especializado na área de nutrição, que tem sensibilizado, nas consultas, as mães sobre os procedimentos adequados de alimentação, para o crescimento saudável do bebé.
Informou haver igualmente o Programa para o Tratamento das Crianças no Ambulatório (PTCA), este extensivo para as sedes municipais, comunais e em algumas aldeias.
Disse que a nível do Cuando Cubango, o programa controla actualmente 10 mil 060 crianças com má nutrição em tratamento e acompanhados por 25 técnicos distribuídos nos nove municípios e em algumas comunas, através das Unidades Especiais de Nutrição (UEN), criadas nos hospitais para o atendimento ao grupo alvo.
O programa recebeu, em Dezembro de 2022, do Ministério da Saúde, duas mil e 500 caixas de suplementos (alimento terapêutico pronto para o uso) para atender as principais unidades sanitárias, em especial o Hospital Pediátrico de Menongue.
O supervisor fez saber que o programa provincial espera, ao longo deste mês de Janeiro, receber do Ministério da Saúde e do UNICEF (parceiro do governo no combate contra a nutrição) leite terapêutico e outros tipos de medicamentos, bem como material gastável.
Apontou como principais dificuldade a falta de meios de transporte para, de forma contínua, permitir aos técnicos visitas regulares aos domicílios dos doentes ambulatórios, no sentido de se aferir as motivações da desistência ao tratamento, porquanto tem estado no surgimento de má nutrição severa aguda e consequentes mortes.
Perspectiva, para o presente ano, a formação de mais de 59 técnicos na área de nutrição, numa primeira fase, no sentido de melhorar o processo de diagnóstico e o tratamento da doença, sobretudo para as zonas de difícil acesso, em colaboração com as administrações municipais.