Ndalatando - O director clínico do Hospital Geral Materno-Infantil do Cuanza Norte, Gilberto Kanda, manifestou-se preocupado com o aumento de casos de abortos provocas na província, envolvendo, sobretudo, adolescentes e jovens, que acabam, na maioria das vezes, em esterilidade ou morte.
A instituição atende, diariamente, duas pacientes com sintomas de abortos provocados, que optam pela automedicação para interromper uma gravidez.
Segundo o responsável, em entrevista nesta quinta-feira à ANGOP, alguns casos têm resultado em morte, enquanto outras acabam por sofrer a extracção do útero, em função da gravidade da lesão, provocada por fármacos.
Em 2022, a instituição registou a morte de quatro mulheres por complicações provocadas por aborto mal sucedido.
Lamentou o facto de algumas pacientes, principalmente, jovens e adolescentes, serem reincidentes nestas práticas que põem em risco a vida ou levam a esterilidade.
Denunciou o envolvimento de técnicos de saúde em práticas do género, atitude que, afirmou, constitui violação plena dos princípios da ética e dentologia profissional, facto que tem obrigado a instituição a realizar denúncias junto dos Serviços de Investigação Criminal para a responsabilização dos implicados.
Para inverter o quadro, Gilberto Kanda disse que a instituição tem estado empenhada na realização de palestras em vários ciclos sociais para mobilização das jovens mulheres sobre as consequências legais e de saúde do aborto provocado.