Huambo – A Câmara Profissional dos Terapeutas de Medicina Tradicional, Natural e Promotores da Saúde Reprodutiva em Angola iniciou, este ano, a padronizar os serviços, com o objectivo de auxiliar na prevenção e tratamento de doenças.
A informação foi prestada, esta segunda-feira, à imprensa, pelo presidente em exercício do conselho executivo nacional da organização, António Vicente dos Santos, salientando que a câmara começou já a produzir os instrumentos jurídico-legais, éticos e deontológicos.
Explicou que a iniciativa visa fazer com que os terapeutas tenham um valor padronizado e sigam, com rigor, o propósito complementar ao sistema de saúde convencional.
Disse que em todo país estão espalhadas escolas de formação com currículos e valências académicas aceitáveis, que podem ajudar os terapeutas a desenvolver os serviços da medicina tradicional, dentro dos padrões legais sobre o sistema de saúde não-convencional aprovado.
Admitiu ser possível estabelecer um “casamento perfeito”, entre a medicina tradicional e convencional, pelo facto de existir no continente africano países que integraram estes serviços dentro do sistema moderno de saúde, para melhorar a assistência médica da população.
O responsável explicou que este processo passa, necessariamente, pela observância rigorosa e no cumprimento escrupuloso das ferramentas jurídicas indicadas pelo Estado, com base no respeito pelos valores culturais de cada região.
Disse que a câmara vai facilitar os terapeutas tradicionais a cumprir a legislação angolana, por via da implementação de vários programas pedagógicos, sensibilizações e mobilizações em torno das boas práticas da medicina não-convencional.
O presidente em exercício da câmara explicou que, muitos terapeutas aprenderam a medicina tradicional com os familiares, numa altura em que avanço da ciência, exige a utilização de aspectos académicos e científicos comprovados em laboratórios.
Por seu turno, o chefe do departamento do Instituto Nacional de Investigação da Saúde, Feliciano Hequele, reconheceu que em Angola muitos terapeutas já têm uma capacidade técnica e profissional de serviços da medicina tradicional, mas tudo está a ser feito nos ciclos formativos, para melhorar ainda mais estas práticas da medicina complementar.
Disse que o programa dos seminários sobre o controlo de qualidade e administração correcta dos medicamentos está a reforçar a capacidade técnica dos terapeutas e a transmitir os riscos que a medicina tradicional representa, no domínio da falta de conhecimentos elaborados nas comunidades.
A Câmara Profissional dos Terapeutas de Medicina Tradicional em Angola de Medicina Tradicional, Natural e Promotores da Saúde Reprodutiva controla aproximadamente 60 mil filiados, distribuídos pelas 21 províncias do país. LT/JSV/ALH