Malanje- O coordenador da Câmara dos Terapeutas Tradicionais de Malanje, David Quissanga, apontou hoje, terça-feira, o combate ao empirismo na medicina tradicional.
Essa medida visa acabar com burlas e tratamentos indevidos supostamente de forma tradicional, que ocorrem clandestinamente nas comunidades, bem como evitar especulações e falsas interpretações sobre a medicina tradicional.
O responsável assumiu este compromisso durante uma feira de plantas medicinais promovida pela Associação Provincial dos Terapeutas Tradicionais e a Câmara dos Terapeutas Tradicionais de Malanje, no âmbito do Dia da Medicina Tradicional Africana, que hoje se assinala.
Referiu que a Câmara vai proceder ao levantamento dos terapeutas tradicionais nos 14 municípios de Malanje e inseri-los em associações, de modo a regular a actividade, sem pôr de parte a necessidade da aposta na formação dos técnicos, com vista ao exercício legal da medicina tradicional.
Acrescentou haver necessidades do acompanhamento da medicina convencional por parte dos terapeutas, face a evolução da ciência, de modo a responder aos desafios actuais e expandir as técnicas de tratamento alternativo.
Por sua vez, o coordenador da Associação Provincial dos Terapeutas Tradicionais de Malanje, Ibrahim Lupe, reiterou a aposta na formação dos filiados e a contínua pesquisa de plantas medicinais locais, cujo projecto em curso de desde 2018 conta com a parceria da Faculdade de Medicina de Malanje.
Com a participação de 25 terapeutas, na feira estiveram patentes 100 plantas destinadas ao tratamento de várias doenças, com realce para a amigdalite, dermatite, reumatismo, hipertensão, infertilidade, enxaqueca, entre outras.
Além das plantas, foram expostos alimentos considerados prejudiciais à saúde e os recomendáveis, uma acção que teve a finalidade de corrigir práticas alimentares erradas.
A província de Malanje conta com 850 terapeutas tradicionais, 240 parteiras tradicionais, 60 farmacêuticos tradicionais e 20 postos de tratamento de medicina tradicional legalizados
O Dia da Medicina Tradicional Africana visa promover o papel da biodiversidade de plantas e ervas medicinais, na melhoria do bem-estar no continente.