Luanda - O Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Lucrécia Paim atendeu em 2022, 944 mulheres, com mais de 113 litros de leite, com o apoio de 618 doadores registando um aumento em relação aos anos anteriores.
Inaugurado em Outubro de 2020, o BLH tem como objectivo ajudar a reduzir a morte infantil, ajudando crianças cujas mães, por diversas razões, não consigam amamentar.
Em 2020, a unidade assistiu 378 mulheres assistidas, com 168 doadores e conseguiram 39 litros de leite que beneficiou 504 crianças, enquanto em 2021, 844 crianças beneficiaram de mais de 80 litros de leite doados por 288 mulheres.
A informação foi avançada hoje, quarta-feira, à ANGOP, pela responsável do único Banco de Leite do país, Elisa Gaspar, por ocasião do dia Nacional de Leite Humano (19 de Maio).
Destacou a importância do Banco de Leite Humano, que durante os dois anos de existência, atendeu um número considerável de mulheres e bebés.
O leite materno deve ser a única alimentação dos recém-nascidos até aos seis meses de vida, de formas que seja munido de defesas e cresça mais forte e saudável.
“Dois anos de muito trabalho e dificuldades, principalmente a nível de técnicos profissionais para trabalharem no banco de leite”, considerou.
Apesar do aumento de doadores de leite e beneficiários, a também Bastonária da Ordem dos Médicos,Elisa Gaspar, lamentou o facto de ainda não responder a demanda, por dificuldades de reagentes para testar a qualidade do leite, que não é comercializado em Angola e o facto do Banco de leite funcionar reduzido a cinco profissionais.
Relativamente ao reagente, salientou ser adquirido em países como Portugal, Brasil e Namíbia.
O leite depois de extraído da mãe fica 15 dias na geleira, depois passa para área de qualidade e só depois pode ser pasteurização, após este processo pode ficar até seis meses congelado.
O Banco de Leite, disse, tem capacidade de estocar 100 litros de leite/dia, e atende, diariamente, todas as mulheres que ocorrem a banco, principalmente as que têm dado a luz na Maternidade Lucrécia Paim, por serem as que mais procuram pelos serviços, porém já atenderam também de algumas províncias.
“Bebés que nascem prematuros, os de mães seropositivas, bem como de outras em situações especiais em unidades de saúde pública da capital podem beneficiar de leite recolhido e processado pelo Banco de Leite Humano da Maternidade Lucrécia Paim", realçou.
As doações têm sido feitas por várias mulheres que se prontificam a doar o seu leite.
Na altura da pandemia tiveram uma baixa muito grande, entretanto socorreram-se dos bombeiros, fruto de uma parceria para assegurar o banco de leite, lembrando que actualmente a procura é grande, e gostaria de atender todos os bebés necessitados.
“A ideia é abrir mais, contar com mais doadoras, com capacidade maior quer no banco de leite", apelando as mulheres a aparecem no banco de Leite para receber informação e solicitar leite no local, que funciona 24 horas por dia.
Para si, a expansão será uma mais valia, pois os bancos ajudam na redução da mortalidade infantil, principalmente para as crianças que perdem a mãe, ou por causa de mães que por uma outra questão não consigam amamentar os seus pequenos.
Leite materno se refere ao leite produzido pela mulher e é utilizado para alimentar seu bebê por meio do aleitamento materno. É ele a primeira e principal fonte de nutrição dos recém-nascidos até que se tornem aptos a comer e digerir os alimentos sólidos.
Tem como principais benefícios Proteger contra doenças, prevenir a formação incorreta dos dentes e problemas na fala, proporcionar melhor desenvolvimento e crescimento, além de ser um alimento completo, dispensando água ou outras comidas até os seis primeiros meses de vida do bebê.