Dundo - As autoridades sanitárias da Lunda-Norte continuam a reforçar as medidas de vigilância epidemiológica ao longo das fronteiras com a República Democrática Congo (RDC), para bloquear a entrada da varíola dos macacos no território angolano.
As lesões da varíola dos macacos se iniciam com manchas que se elevam, formando vesículas que contêm secreção e podem ter diferentes tamanhos e depois de um período formam-se as crostas.
Em declarações à imprensa, sobre o ponto de situação das medidas preventivas contra o surto da varíola dos macacos que assola a RDC, o chefe de departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias, Augusto Miguel, realçou que as acções de controlo se consubstanciam na realização periódica de acções formativas e distribuição de material de biossegurança.
Disse que as medidas passam também pela notificação e investigação, logo nas primeiras 24 e 48 horas após o registo de um óbito em qualquer unidade sanitária pública e privada, incluindo a colheita das amostras de sangue dos pacientes, com vista a serem submetidas à avaliação e testagem laboratorial.
Para tornar eficaz as medidas preventivas, disse que o governo local criou uma Comissão Provincial Multissectorial, responsável pela implementação do Plano Local de Contingência, cujas actuações estão igualmente centradas no controlo de todas as doenças que dão entrada às unidades hospitalares.
Realçou que para além dos técnicos de saúde, também fazem parte da comissão os agentes da Delegação do Ministério do Interior, autoridades tradicionais, curandeiros, terapeutas e líderes religiosos, que estão a receber treinamentos sobre a identificação de casos suspeitos da varíola dos macacos.
Fez saber que as autoridades reforçaram igualmente, as medidas preventivas nas zonas de exploração de diamantes, por ser um dos principais atractivos dos imigrantes ilegais da RDC, que tentam utilizar caminhos "fiotes”, longe da vigilância das Forças de Defesa e Segurança, para atingir tais áreas e praticar o garimpo.
A província da Lunda-Norte partilha uma extensão de 770 quilómetros quadrados de fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), sendo 650 terrestres e 120 fluviais, facto que coloca as autoridades em alerta máximo.
As autoridades locais têm garantido a segurança em termos de vigilância epidemiológica nas províncias da RDC que fazem fronteira com a Lunda-Norte, designadamente Kassai, Kassai Central, Lualaba e Kwangu.HD
