Luena – Dezoito mil 308 mulheres infectadas com VIH estão, desde 2021, a ser assistidas no âmbito do Programa de Prevenção da Transmissão do VIH de Mãe para o Filho (PTMF), registando-se um aumento de sete por cento em relação a 2020.
A informação é do secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, que falava à ANGOP, a partir de Dakar, Senegal, aonde participa da conferência continental sobre o Impacto da Covid-19 nas respostas ao HIV/SIDA.
Franco Mufinda, que apresentou esses dados ao dissertar sobre “A situação epidemiológica da Covid-19 e VIH-SIDA, progressos e desafios”, informou que a adesão das mulheres ao PTMF representa avanços para o país eliminar a epidemia como ameaça de saúde pública.
Numa alusão a resposta do país ao VIH/SIDA, disse que os serviços de Prevenção da Transmissão do VIH de Mãe para Filho (PTMF), integrados com os serviços de saúde reprodutiva, aumentaram de três serviços, em 2004, para 743, em 2019.
Esse incremento, de acordo com o responsável, possibilitou maior acesso das gestantes ao acompanhamento e às intervenções para prevenção da transmissão do VIH de mãe para o filho.
O secretário de Estado para a Saúde Pública fez saber que Angola assistiu, até Dezembro de 2021, 128 mil 660 Pessoas Vivendo com VIH (PVVIH) por via do Tratamento com Anitretrovirais (TARV), sendo que 121 mil 731 são adultos e seis mil 929 crianças.
Ainda na vertante da resposta nacional ao VIH/SIDA, Franco Mufinda afirmou que o número de serviços de Aconselhamento e Testagem aumentou de 15 serviços, em 2004, para dois mil 341, em 2021.
Na conferência organizada pelo Comité da União Africana para a Protecção dos Direitos das Pessoas que vivem com VIH e das Pessoas em Risco, Vulneráveis Afectadas por essa doença, o responsável afirmou que em 2021 foram reportados dois milhões 185 mil 475 testes realizados, dos quais 53 mil 912 (2.5%) tiveram resultados positivos.
Nesse ano foram realizados um milhão 255 mil 57 testes em adultos, 851 mil 22 exames em gestantes e 79 mil 396 em crianças.
Relativamente a taxa de supressão viral, disse que aumentou de 70 por cento, em 2020, para 79 por cento, em 2021, o que pode ser reflexo da gradual implantação de esquemas mais potentes de tratamento.
Angola continua sendo um dos países com a prevalência do VIH entre as mais baixas da região subsaariana, com uma média nacional de dois por cento.
Segundo o Inquérito dos Indicadores Multiplos e de Saúde (IIMS) de 2015-2016, estima-se que o país possua 340 mil Pessoas Vivendo com VIH, das quais 39 mil são crianças dos 0-14 anos e 190 mil mulheres.
Por regiões geográfica, a província do Cunene continua a liderar a prevalência de VIH, com 6,1 por cento, seguida do Cuando Cubango (5,5%) e Moxico (4,0%). Uige e Zaire detêm as percentagens mais baixas, 0,9 e 0,5, respectivamente.
O secretário de Estado para Saúde Pública, Franco Mufinda, chefiou uma delegação que representa o país na conferência continental sobre o impacto da Covid-19 nas respostas ao Hiv/Sida em África, que decorrer de 15 a 17 do corrente mês, em Dakar, Senegal.
Integraram a delegação angolana, a comissária e Relatora Especial para as Prisões, Condições de Detenção e Policiamento em África, Maria Teresa Manuela, director Adjunto do Instituto Nacional de Luta contra o VIH-SIDA, José Carlos Van-dúnem, e altos funcionários da secretaria de Estado para a Saúde Pública.