Caxito - A taxa de letalidade da cólera em Angola baixou de nove para quatro por cento desde o surgimento da doença, em Janeiro deste ano até a presente data.
Taxa de letalidade ou coeficiente de letalidade é a proporção entre o número de mortes por uma doença e o número total de doentes que sofrem dessa doença, ao longo de um determinado período de tempo. É geralmente expressa em percentagem.
A redução é fruto do trabalho empreendido pelo Ministério da Saúde (MINSA) e parceiros, que vai desde a criação de Centros de Tratamento da Cólera (CTC), vacinação, distribuição de material de higiene, de água potável, formação de agentes comunitários, entre outros.
A informação foi prestada hoje, sábado, em Caxito, província do Bengo, pela directora nacional de saúde pública, Helga Freitas, durante a VI reunião da Comissão Técnica Multissectorial de Luta contra a Cólera, quando apresentava a situação epidemiológica e as acções desenvolvidas.
Desde o surgimento da doença até sexta-feira (dia 21), o país tem registado 4.717 casos em 11 províncias, com 166 óbitos, sendo Luanda a liderar com 2.296 casos, seguido do Bengo (1.778) e Icolo e Bengo (563).
Actualmente, 148 pacientes estão internados sob tratamento e 4.271 recuperaram, o que representa 93,2% do total de casos.
Fez saber, estar em processo a aquisição de 504 mil doses de vacinas de cólera, para serem ministradas em novas áreas mais afectadas, assim como de medicamentos, meios e insumos médicos para satisfazer as necessidades actuais.
Informou ter sido realizado um inquérito independente da cobertura vacinal em três províncias mais afectadas e foi possível apurar que a campanha de vacinação foi bem-sucedida, atingindo 81% da população-alvo, ultrapassando ligeiramente a meta estabelecida de 80%.
Para a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, a recomendação de atacar em bloco e defender em bloco, terá como outra vantagem combater não só a cólera, como a malária e outras doenças diarreicas.
"Ao serem tomadas as medidas assertivas no combate à cólera, vem aí as grandes chuvas e se nós estivermos comprometidos com saneamento básico, com a parte das infraestruturas, que é local, taparmos os charcos, nós vamos ganhar duas coisas, vamos combater a cólera e a malária, porque vamos acabar com os criadores dos mosquitos”, enfatizou a governante, acrescentando que o reforço da estratégia comunitária vai permitir a redução considerável das doenças de origem hídrica.
Por sua vez, a governadora provincial do Bengo, Maria Antónia Nelumba, manifestou a sua preocupação com o aproximar da chuva, pelo que garantiu que irão reforçar a estratégia de comunicação junto das comunidades e ir ajustando as diferentes medidas e acções, com vista a se alcançar bons resultados.
Agradeceu aos parceiros, a quem pediu que continuem a prestar o seu apoio na luta contra a cólera, assim como a todos os membros do Governo envolvidos, com destaque para os administradores municipais, sobretudo das localidades onde existem mais casos (Panguila, Dande e Barra do Dande).
Ainda hoje, os membros da comissão, coordenados pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e a governadora Maria Antónia Nelumba, deslocaram-se ao município do Úcua, actualmente o segundo que mais números de casos regista no país.
Na localidade, visitaram o CTC, receberam informações do trabalho que está a ser desenvolvido no local e deixaram recomendações.
Antes de deixar a província, os membros da comissão inteiraram-se do funcionamento CTC instalado no Hospital Municipal do Bengo. PA/SEC