Luanda – A dívida de Angola com Portugal, relativa a despesas com os serviços de Junta Médica, reduziu de sete milhões de Euros para cerca de dois milhões e 800 Euros, anunciou, nesta quinta-feira, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Segundo a governante, que falava à Televisão Pública de Angola, a propósito do Dia Mundial do Rim (11 de Março), houve redução significativa da dívida, principalmente com os doentes de insuficiência renal naquele país europeu.
"Por esta altura temos só, com a despesa adicional do final do ano, cerca de 2 milhões e 800 Euros por pagar", precisou a ministra, sublinhando que já não há necessidade de continuar a gastar elevadas verbas com pacientes cujas patologias podem ser tratadas em Angola.
Dados disponíveis indicam que entre Outubro de 2020 à data actual, em Portugal, se encontravam 385 angolanos em Junta Médica, entre pacientes (245) e acompanhantes (140).
Os dados dão conta que, por cada paciente, o governo, gasta, em média anual, cerca de cinco milhões de Kwanzas. Nas últimas décadas foram tratados, em junta médica em Portugal, 9.360 pacientes e 5.250 acompanhantes.
Segundo a governante, não há necessidade de alguns pacientes continuarem a receber tratamentos em Portugal porque o país já oferece condições para tal.
"Iniciamos um processo junto do nosso sector em Portugal, com equipas multidisciplinares competentes que fizeram uma avaliação dos doentes" , disse.
A ministra adiantou que havia pessoas que já tiveram alta médica desde 2018 e que ainda permaneciam em Portugal e outros que já viviam em Portugal há mais de 30 anos, com patologias ou doenças que já não justificava a permanência dos mesmos naquele país.
Sílvia Lutucuta afirmou ter sido feita uma avaliação dos doentes e notou-se que podiam regressar ao país, razão pela qual se cortou a atribuição dos subsídios.
A explicou que foram criadas as condições necessárias para o regresso, incluindo o pagamento subsídios em falta, bilhetes de passagem, medicamentos e assistentes abordo para os acompanhar.
Depois da sua reestruturação, adiantou, para ter acesso à Junta Médica será necessária uma avaliação prévia dos doentes sob responsabilidades dos especialistas angolanos e os das unidades sanitárias destinatárias em Portugal.
No que toca a insuficiência renal, Sílvia Lutucuta diz que já existe no país condições necessárias e mais que suficientes para garantir o tratamento de hemodiálise.
“Com a inauguração do novo centro de hemodiálise em Luanda e centros em todas as províncias, Angola está preparada para tratar dos seus doentes”, reforçou.
O Centro de Hemodiálise Sol inaugurado em 2020 conta com 70 máquinas com capacidade para atender pelo menos 210 pacientes/dia, em três turnos rotativos.
Equipado com tecnologia de ponta, é considerado um dos maiores centros de especialidade (hemodiálise) do país.