Luanda – As autoridades sanitárias lançaram, esta sexta-feira, em Luanda, a primeira fase de uma nova campanha de vacinação contra a poliomielite, a decorrer até domingo, em todo o território nacional.
O acto de lançamento teve lugar na comuna do Calumbo, município de Viana, numa cerimónia orientada pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa.
A operação prevê vacinar cinco milhões, 549 mil e 140 crianças dos zero aos cinco anos de idade, segundo a directora nacional de Saúde Pública, Helga Freitas.
A realização da campanha, a decorrer em duas fases, deve-se à confirmação, em 25 de Janeiro deste ano, pelo Laboratório de Referência da Organização Mundial da Saúde na África do Sul, da existência de poliovírus derivado da vacina do tipo 2 (PVDV2) em amostras ambientais de água de esgotos recolhidas em Luanda.
Helga Freitas disse que o isolamento ocorreu num lugar de recolha de amostras da vigilância ambiental da pólio na centralidade do Sequele, município de Cacuaco, no dia 5 de Dezembro de 2023.
Precisou que o lançamento da campanha vai ocorrer sexta-feira, na comuna de Calumbo, município de Viana, província de Luanda e explicou que a estratégia de vacinação será porta-a-porta e nos postos habituais, como centros de saúde, escolas, creches e mercados.
Disse que a erradicação da pólio é um compromisso global e do país para proteger a saúde das crianças e manter o país livre desta enfermidade, pelo que aconselhou as pessoas com crianças em idade de vacinação a levá-las aos postos ou deixar os vacinadores realizar o trabalho sem constrangimentos, quando forem às suas casas.
A coordenadora do Programa Alargado de Vacinação na província de Luanda, Felismina Neto, afirmou que a logística tem um grupo alvo a ser atingido no número de crianças e que na cidade capital se pretende atingir cerca de 60 por cento das crianças, vacinando um milhão e 460 mil petizes.
“Estamos a realizar campanhas porque existem países limítrofes que têm surto de pólio e, devido à mobilidade de pessoas, deve-se prevenir a transportação dos agentes biológicos”, esclareceu.
Explicou que a poliomielite, depois de instalada no organismo, pode não matar, mas as suas sequelas são irreversíveis e nada se pode fazer para a recuperação, sendo a vacina a intervenção mais segura para se poder cortar esse mal que poderá assolar a vida das crianças angolanas.
Luanda não tem registo de casos de poliovírus selvagem desde 2010, quando foi notificado um no município do Cazenga.
A especialista disse que a província de Luanda tem baixa cobertura da vacinação (IPV), que é a pólio injectável, daí a necessidade do reforço de rotina nas unidades de saúde e nos postos fixos.
Estarão envolvidos e mobilizados 11.300 brigadistas para esta campanha.MCN