Luanda - A Rede Integrada de Saúde Mental, a nível primário, é constituída actualmente por 202 unidades sanitárias, distribuídas por 67 municípios das 18 províncias do país, informou, quarta-feira, a directora Nacional da Saúde Mental, Massoxi Vigário.
De acordo com a responsável, o número cresceu significativamente, nos últimos nove anos, saindo de 18 hospitais, em 2013, para 202, neste quarto trimestre do presente ano, reflectindo um aumento de 184 postos sanitários de cuidados mentais a crianças e adolescentes.
Em declarações à ANGOP, a propósito das actividades alusivas ao Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado quarta-feira (10 de Outubro), o crescimento de tais infra-estruturas foi motivado essencialmente pela criação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012/2025.
Massoxi Vigário explicou que o referido Plano permitiu implementar algumas acções prioritárias para se elaborar a “Programa Nacional sobre Saúde Mental e Abuso de Substâncias”, com o fim de expandir a rede dos serviços e criar-se centros de reabilitação psicossocial.
Por via desse mesmo Plano Nacional tem ajudado a intervir nas comunidades, capacitando técnicos para melhorar as respostas nos cuidados a todos os níveis.
“Hoje, a política assistencial vigente preconiza a diminuição da oferta de leitos hospitalares e a criação de serviços substitutos de atenção à saúde mental, no nível primário e comunitário, bem como aumentar a disponibilidade dos serviços, tendo em conta a morbilidade identificada” disse.
A directora frisou que, dentre os doentes mentais, dos 10 aos 24 anos de idade, as mulheres são as que mais buscam ajuda, enquanto os homens são os principais suicidas, com maior incidência nas províncias de Luanda, Huambo, Benguela e Huíla.
“As doenças mentais são na maior parte das vezes rejeitadas e banalizadas por quase todos, pelo que tem sido assunto vulgar em diversos meios, sentida por qualquer um de nós, ou por alguém próximo a nós, levando muitos indivíduos a praticarem comportamentos repudiantes”, alertou.
A directora dos serviços apelou a toda sociedade a estar envolvida nos ciclos de actividades que serão desenvolvidas no decorrer do mês em curso, nomeadamente conferências, webinars, rodas de conversas andantes e consultas em todos os municípios.
Para maior abrangência na sensibilização, os brigadistas envolvidos na campanha sobre a Saúde Mental, no quadro da referida efeméride, vão desdobrar-se pelas escolas, unidades sanitárias, mercados e administrações locais, com a participação dos Órgão de Comunicação Social.
Em Angola, as doenças mentais são frequentes e contemporâneas, quer pelo seu aparecimento propriamente dito quer essencialmente pela sua proliferação. Entretanto, a Rede Integrada de Saúde Mental atendeu no ano de 2022, a nível nacional, cerca de 125 mil e 415 pessoas perturbadas.
SL/MDS
