Luanda – A Representação Permanente de Angola junto do Escritório das Nações Unidas, em Genebra, emitiu, esta segunda-feira, uma declaração conjunta, a condenar a crescente criação de resistências para os esforços de saúde pública em controlar e eliminar a malária em África.
Em alusão ao 25 de Abril, Dia Mundial de Combate à Malária, a declaração refere que os mosquitos vectores invasivos, a resistência a medicamentos e insecticidas, bem como as mudanças climáticas, estão a criar um ambiente desafiador no combate e eliminação da doença no continente.
De acordo com uma nota de imprensa, endereçada à ANGOP, África enfrenta os maiores desafios ligados à malária, mais do que qualquer outra região do mundo e em relação às outras doenças, com uma estimativa de 595 mil mortes em 2021, e que afecta principalmente crianças menores de cinco anos de idade.
Adianta que cerca de 70 por cento de todos os casos de malária e mortes estão concentrados em 11 países, sem citar quais, excepto um que não se encontra no continente africano.
A declaração recorda ainda o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o qual, a intensidade de doenças transmitidas por vectores, como a malária, irão crescer com o aquecimento global, pois os mosquitos se reproduzem mais rapidamente à medida que as temperaturas aumentam.
Destaca que as cidades costeiras de África estão a tornar-se mais vulneráveis às frequentes inundações sazonais, o que também aumenta o risco de doenças transmitidas por vectores, tendo em conta que os eventos climáticos extremos tendem a repetir-se em ciclos mais curtos.
Por outro lado, alerta, a disseminação do Anopheles Stephensi, uma espécie de mosquito invasor que prospera nas cidades e pode transmitir os parasitas da Malária Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax, e se apresenta como uma nova ameaça.
O documento lembra que face aos crescentes desafios, a UNITAID está a trabalhar numa nova ferramenta de controlo de vectores que deverá reduzir a malária em mais de um quarto até 2030.
"Iniciativas promissoras incluem novos mosquiteiros com diferentes combinações de inseticidas para combater a resistência do mosquito; repelentes espaciais que liberam produtos químicos no ar para evitar que mosquitos picam humanos dentro de um determinado espaço; e tratamento de humanos e animais com drogas que matam os mosquitos que os picam, dentre outras estratégias", cita a nota.
A UNITAID é uma iniciativa internacional que promove o acesso ao tratamento de doenças como a SIDA, malária e tuberculose em populações de países em desenvolvimento.
Foi fundada em Setembro de 2006 por iniciativa do Brasil e da França, sendo ambos parceiros fundadores juntamente com o Chile e o Reino Unido, e é largamente financiada por um mecanismo de financiamento inovador.
Acolhido pela OMS em Genebra, os principais objectivos da organização são negociar preços baixos para os medicamentos. A UNITAID não tem a distribuição de medicamentos como um dos seus objectivos do programa, mas apoia programas dos seus patronos como a Fundação Clinton, o Fundo Global ou a OMS.
A declaração conjunta é uma iniciativa da embaixadora Margarida Izata, representante Permanente de Angola junto do Escritório das Nações Unidas e Outras Organizações Internacionais em Genebra, em nome da Delegação Africana no Conselho Executivo da UNITAID, e o director Executivo da organização, Philippe Duneton. VIC